A morte de um jovem de 25 anos, vítima de febre maculosa, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, levantou o alerta para os sintomas e as formas de prevenção. A doença é causada por uma bactéria transmitida pela picada do carrapato e deixou os moradores da região onde a vítima morava assustados.
Com o diagnóstico de que a morte do jovem foi provocada pela febre maculosa, a Secretaria de Saúde de São Mateus começou a monitorar a área onde ele residia e a treinar equipes para evitar possíveis surtos da doença na região.
“Uma vez notificado o caso da febre maculosa na região, as equipes das Unidades Básicas vão receber um reforço no treinamento com relação aos sintomas específicos da doença, que podem ser até confundidos com Covid-19”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Henrique Follador.
Para a família do jovem, a morte foi um choque. Em conversa com a reportagem da TV Gazeta Norte, a prima da vítima Marisa da Silva disse que achavam que a doença nem existia mais.
“Foi um choque muito grande, porque como a gente mora no interior, não é comum que aconteçam coisas assim, então a gente achava que nem existia mais”, contou.
À reportagem da TV Gazeta Norte, a mãe da vítima relatou que foi picada no mesmo dia que o filho e achou de extrema importância os questionamentos feitos pelo médico, buscando entender a razão de tanta dor de cabeça e febre alta apresentados pelo jovem.
De acordo com o médico Ronaldo Tomazzini, os primeiros sintomas se iniciam de sete a 14 dias após a picada do carrapato, com calafrios, muitas dores nas juntas e manchas no corpo – que se iniciam nos membros superiores e inferiores, acometendo a palma das mãos e os pés.
Para o médico e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Aloísio Falqueto, os sintomas da febre maculosa se parecem, principalmente nos três primeiros dias, com os de outras doenças, como dengue, Covid-19 e hepatite, o que dificulta o diagnóstico.
Se os sintomas começarem no período citado por Tomazzini, é necessário que a pessoa relate o caso para o médico e não demore muito, para quadro não se agravar, e cite em quais locais esteve.
Tomazzini ressalta que, ao se expor em áreas de matas, é importante usar roupa adequada para evitar o contato do parasita com o corpo.
Segundo o professor Aloísio Falqueto, se a pessoa estiver indo trabalhar, pescar ou realizar atividades de lazer próximo a áreas com animais ou perto de rios onde há capivaras – consideradas por ele como reservatório silvestre de carrapatos – é importante borrifar a barra das calças com inseticida piretroide, para evitar que o parasita se agarre ao tecido.
Para retirar, Falqueto recomenda que a pessoa use pinça e não as mãos, para não se contaminar.
Segundo o infectologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Crispim Cerutti Junior, se o indivíduo picado apertar e puxar o carrapato, pode acabar ajudando a espalhar o microorganismo.
"O ideal é que se use uma superfície aguda e fina, como um cartão de crédito, por exemplo, na posição contrária que o carrapato está fixado. Uma forma bem prática também é retirar com a ajuda de uma linha, também no sentido contrário", afirma.
*Com informações da TV Gazeta Norte
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