Sol, mar e calor era tudo o que muita gente esperava para o feriado prolongado, e com isso, as praias da Grande Vitória ficaram cheias nesta segunda-feira (7). Nos bares e restaurantes , não foi diferente. Os funcionários cuidam do reforço na limpeza, oferecem álcool em gel, e cartazes afixados nas paredes lembram dos protocolos de segurança, mas com tantas famílias e grupos de amigos reunidos, algumas precauções com a Covid-19 acabam sendo deixadas de lado.
O médico infectologista e professor Crispim Cerutti alerta que tanto as praias como os bares e restaurantes são locais onde as pessoas ficam muito próximas. Ele recomenda, por exemplo, que quem frequentar esses locais fique próximo apenas dos seus familiares, mantendo certa distância dos demais. Engolir água do mar também pode ser um risco caso alguém que esteja infectado tenha cuspido no mar.
Na Praia de Manguinhos, na Serra, até os responsáveis pelos restaurantes ficaram surpresos com o movimento, e admitem que é difícil controlar. "Eu não imaginava que viria tanta gente, pensava que talvez algumas pessoas ainda estavam receosas com a pandemia, mas bastante gente saiu de casa", afirmou a gerente de um restaurante, Vera Lucia de Azevedo.
Uma das clientes do restaurante, a gerente financeira Sílvia Souza, afirma que tem tomado os cuidados possíveis, exceto o uso de máscara, que atrapalha a comer e beber.
"No ambiente, a gente usa muito álcool em gel, tanto antes de vir, durante, a gente presta muita atenção no que está sendo feito. Já quanto à preparação da comida é com o restaurante, e temos que confiar. Mas o que podemos fazer para prevenir, estamos fazendo", disse.
Em Vitória, a praia da Curva da Jurema foi uma das que ficou lotada, tanto na areia, quanto nos quiosques. Foi possível encontrar algumas pessoas que trouxeram mascara e álcool, mas eram a minoria. Algumas famílias tentaram se afastar um pouco da aglomeração, afastando as mesas, mas relataram não conseguir se sentir confortáveis.
Quanto aos cuidados para frequentar as praias, o infectologista aponta que elas são locais precários do ponto de vista sanitário. Como a maior parte do tempo as pessoas não usam mascara e não há como fazer a higiene permanente, aqueles que desejam aproveitar as praias em segurança devem formar grupos somente com aquelas pessoas com quem moram junto, mantendo a distância dos demais grupos de pessoas.
Ele pontua ainda que ao sair de casa, a população deve se atentar aos três pilares da prevenção: o distanciamento, a higienização das mãos e o uso da máscara, sem tocar no rosto. "A socialização tem que ser feita com muita cautela. As pessoas que são de agregados familiares diferentes, tem que manter a distância", frisa Cerutti.
O governo do Estado liberou bares e restaurantes para abrir nos horários normais de segunda a sexta-feira em cidades classificadas como risco baixo para contaminação do novo coronavírus, como é o caso de Vitória e Serra, a partir desta segunda-feira (7). No Estado, 28 cidades estão com o risco baixo de contaminação, 48, com o risco moderado, e 2 risco alto.
Em alguns bares e restaurantes, como no Triângulo das Bermudas, houve movimento considerável neste feriado, mas os estabelecimentos não chegaram a ficar lotados, como em semanas anteriores. O Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindibares) acredita que isso foi possível porque as pessoas agora passaram a ter mais opções de lazer.
"Agora as pessoas tem mais opções para ir, as casas estão todas funcionando dentro das regras, com horários mais elastecidos, o que dilui o público. Ao dar mais opção para a população, que pode ir no seu bar ou restaurante de preferência, assim não corre o risco de causar o que a gente não quer, que são as aglomerações, o excesso de pessoas em locais pontuais", afirma o presidente do Sindibares, Rodrigo Vervloet.
O governo ressalta que os estabelecimentos podem funcionar, mas as medidas de segurança tem que ser mantidas. Já o uso de mascaras é algo que dificilmente tem se encontrado nos ambientes como esses.
Depois de quase seis meses de restrições, enquanto muitos estabelecimentos tentam se organizar, outros nem tiveram essa chance do retorno, segundo Rodrigo Vervloet.
"A gente lamenta que muitos estabelecimentos não retornarão. Estimamos que sejam cerca de 4 mil no Estado, e que 20 mil empregos sejam perdidos por causa do fechamento do período da pandemia", declarou.
(Com informações de Poliana Alvarenga, da TV GAZETA)
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