Há mais de 30 anos, a catequista Maria Amélia Guter Carrera dedica sua vida a ajudar o próximo. Atualmente, ela coordena um serviço para pessoas carentes na Paróquia Santa Rita de Cássia, na Praia do Canto, em Vitória.
O trabalho, desenvolvido por voluntários, oferece cestas básicas e atendimento psicológico para quase 40 famílias de bairros no entorno, como Itararé, São Benedito e Bairro da Penha, além de famílias da Serra e de Cariacica indicadas pelo Hospital Infantil de Vitória. "Minha profissão é servir", enfatiza.
“Pelas redes sociais da paróquia, conseguimos, em campanhas, doações de material escolar, mochila, itens da cesta básica. Também doamos leite, roupa e enxoval para muitas pessoas grávidas que atendemos”, conta.
A atuação de fiéis dedicados em ajudar quem precisa, como é o caso de Maria Amélia, vem do exemplo de Maria, mãe de Jesus. Como ela, essas pessoas separam um tempo da sua rotina para servir a comunidade. E o voluntariado e a dedicação ao próximo são lembrados na Festa da Penha deste ano, que traz o tema “Com Maria, Chamados a Servir”, escolhido para refletir sobre o papel de Maria nas motivações vocacionais.
Maria Amélia começou no voluntariado há mais de três décadas, na Comunidade Epifania, em Itararé, que ainda atua em ações como a que acolhe crianças de 0 a 2 anos órfãs ou retiradas das famílias; outra cuida de famílias com HIV; e ainda há um trabalho com um barco que, uma vez por ano, leva médicos e dentista para a população ribeirinha.
Ela fala sobre a emoção de ser voluntária e da relação com Nossa Senhora. “Quando Maria recebe o anúncio do anjo de que teria Jesus, ela presta atenção que sua prima estava precisando de ajuda e parte para visitá-la, se colocando a serviço. Isso é o que nos motiva a servir como Maria”, lembra.
Quem também dedica um tempo da rotina ao voluntariado é um grupo de ceramistas de Vitória, que realiza, semanalmente, leilão de peças em cerâmica. O pregão é feito pelo Instagram, e o valor arrecadado é destinado para a campanha Paz e Pão, da Arquidiocese de Vitória, que distribui cestas básicas para mais de 15 mil famílias cadastradas em situação de vulnerabilidade alimentar.
O leilão foi iniciado há quase dois anos, ainda durante a pandemia. As primeiras peças leiloadas eram das próprias ceramistas. Mas, atualmente, mais de 90 leilões depois, a equipe capta peças de fabricantes do Brasil inteiro. Uma das integrantes do projeto Cerâmica pela Vida é Valéria Anchite. Ela conta que o trabalho foi iniciado com sete voluntárias e, atualmente, já conta com 20 participantes.
"De 10 em 10 leilões, realizamos edições comemorativas, em que fazemos sorteio para os arrematantes e também para os ceramistas. E ainda temos edições especiais que surgiram a partir da demanda dos artistas, como obras em mosaico, peças em madeira, bordado e pintura em aquarela", conta Valéria.
Os leilões são realizados pelo Instagram (@ceramicapelavida) e têm duração de 24 horas, sempre da sexta-feira ao sábado à noite. As peças são publicadas no feed da rede social com as informações sobre ceramista, conceito, dimensão e peso, além do lance mínimo. A partir daí, cada lance é fixado até ser superado pelo próximo, que precisa ser de R$ 10 em R$ 10.
Há seis anos, a faxineira Joana da Cruz Vieira deu início a um trabalho que sonhava em realizar: ajudar pessoas em situação de rua.
"Na época, estava fazendo muito frio. Sou da comunidade de Santa Luzia, da Paróquia São Francisco de Assis, de Cariacica, e pedi para comprar alimentos. No primeiro momento, fizemos uma sopa na cozinha da igreja e recolhi roupas e agasalhos para pessoas em situação de rua. Não tínhamos carro. Conseguimos um veículo emprestado e fomos distribuindo", lembra Joana.
Servindo inicialmente às quartas-feiras, o projeto foi crescendo e, quando acabou o inverno, continuou a oferecer as refeições. Durante a pandemia, o grupo chegou a ficar parado por um ano e, na volta, passou a servir jantar em marmita. A data da distribuição foi para as segundas-feiras, e o projeto passou a contar com uma Kombi para ajudar a distribuir a comida.
Em datas como o Natal, os voluntários fazem um almoço especial para distribuir. O grupo tem parceiros que doam arroz, farinha, feijão, macarrão e verduras, e a meta é fazer 100 marmitas por semana. Mas a comida muitas vezes rende. Tanto que já chegaram a fazer 136 "quentinhas" recentemente.
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