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Festas com música ao vivo e aglomeração preocupam moradores da Serra

Festas com música ao vivo e aglomeração preocupam moradores da Serra

Publicações divulgadas por meio das redes sociais prometem shows até de madrugada; moradores cobram fiscalização e temem aumento de casos da Covid-19

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 22:14

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Estabelecimentos comerciais da Serra anunciam shows de forró em meio à pandemia do novo coronavírus
Estabelecimentos comerciais da Serra anunciam shows de forró em meio à pandemia do novo coronavírus. (Amarildo)

"Vai ter forró até a 1 hora da manhã." É isso que promete o post nas redes sociais, que anuncia dois shows ao vivo durante a noite desta quinta-feira (6), no bairro de Jacaraípe, na Serra. Evento não se abala com a pandemia do novo coronavírus, que já tirou a vida de 440 pessoas só nesse município.

A publicação, que parece vir de outra realidade, não está sozinha. Para esta sexta-feira (7) tem, pelo menos, uma festa similar a partir das 23 horas. Para o sábado (8), mais duas; e outra ainda no domingo (9). Sem restrição de bairro: tem em Vila Nova de Colares, Serra Dourada I e Cidade Pomar. (veja flagrantes abaixo)

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Está tendo na cidade inteira. A região da praça de Porto Canoa fica lotada durante as noites do final de semana. Tudo tem música ao vivo. O pessoal não está nem aí

Comerciante e moradora da Serra
Preferiu não ser identificada
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A agenda lotada de eventos não é peculiaridade deste começo de agosto. Segundo uma comerciante que não quis ser identificada, o problema já persiste há mais de dois meses. "É frequente. As pessoas se aglomeram sem máscara, não estão se prevenindo de nada", desabafou.

Autoridades competentes para combater o descumprimento das regras de combate à Covid-19, a Polícia Militar e a Prefeitura da Serra já teriam sido acionadas inúmeras vezes. "Tem dias que vêm e mandam parar. Quando vão embora, começa tudo de novo. Estamos denunciando, mas não está adiantando", reclamou a comerciante.

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A gente está tomando todos os cuidados, mas os outros estão fazendo o contrário. Estamos preocupados e queremos que a pandemia acabe logo, mas, desse jeito, corre o risco de tudo piorar e voltar a ter mais restrições, a fechar o comércio

Comerciante e moradora da Serra
Preferiu não ser identificada
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O medo é que os shows ilegais — e irresponsáveis — acarretem, além do prejuízo financeiro, mais infecções e mortes. "Quem está fazendo isso, está lucrando. O prejuízo vai ser nosso, se as coisas piorarem. E o número de pessoas que pegaram o vírus só está crescendo por aqui", afirmou a comerciante.

Moradora de Serra e proprietária de um restaurante na cidade, a renda dela chegou a cair 100% no início da pandemia. Agora, cinco meses depois, a receita ainda está 50% abaixo do normal. Sem poder pagar funcionários, o local tem sido mantido apenas com a ajuda e o empenho de familiares.

O QUE DIZ A PM

Por meio de nota, a Polícia Militar explicou que as pessoas devem denunciar eventos irregulares a serem realizados no futuro pelo Disque-Denúncia (181). Já se houver a suspeita de um crime em andamento, a população deve acionar o Centro Integrado de Operacional de Defesa Social (Ciodes), por meio do 190.

No entanto, a corporação esclareceu que a fiscalização de festas, estabelecimentos comerciais irregulares e "aglomerações públicas de natureza diversa às práticas criminosas, durante o período da pandemia, são de responsabilidade das prefeituras, estando a PM sempre disponível para o apoio necessário".

O QUE DIZ A PREFEITURA

Já a Prefeitura da Serra afirmou que todas as denúncias recebidas pela ouvidoria são encaminhadas à Secretaria de Defesa Social (Sedes) e garantiu que realiza o monitoramento de festas clandestinas nas redes sociais. No caso de identificação de eventos planejados, a Guarda Municipal é acionada para agir de forma preventiva.

Desde o início da pandemia, o município realizou mais de 6 mil abordagens em estabelecimentos comerciais, que geraram aproximadamente 2 mil notificações. No entanto, menos de 1% dessas ações resultaram em multas, que podem chegar ao valor de R$ 2 mil.

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