Puxada pelo aumento de casos em cidades do interior, a taxa de transmissão (Rt), que é um indicador de contágio do coronavírus, voltou a crescer no Espírito Santo em janeiro. A taxa geral do Estado, segundo cálculo feito até o dia 8 deste mês, saiu de 0,89 e foi para 1,06.
O ideal é que a taxa de transmissão se mantenha abaixo de 1. Acima de 1 significa que 100 indivíduos infectados podem passar a doença para outras 100 pessoas. Em abril de 2020, por exemplo, a taxa chegou a 3,44. Ou seja, 100 infectados eram capazes de transmitir o vírus para mais de trezentas pessoas.
Segundo Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), a taxa de transmissão apresenta os reflexos de uma maior interação registrada nos últimos meses de 2020, mas que se intensificaram nas semanas do Natal e do Ano- Novo.
“A taxa de transmissão do Espírito Santo, desde 18 de dezembro até o dia 1º deste ano, estava em estabilidade, variando entre 0,8 e 0,9. Agora superamos o patamar de 1, um crescimento que decorre das aglomerações registradas no interior e que começam a se refletir nos indicadores”, explica Lira.
O reflexo destas interações no final do ano demoraram a aparecer por causa da chamada janela epidemiológica. É o espaço de tempo de 14 a 21 dias para se ter repercussão de determinados eventos nos indicadores epidemiológicos.
A taxa de transmissão do interior saiu de 0,95 para 1,16, o que indica que dez pessoas podem contaminar até outras 12. "Já temos aqui os reflexos das interações e festas clandestinas verificadas em várias cidades, como Anchieta, Guarapari, e outras cidades do litoral”, observa Lira.
De acordo com Lira, algumas microrregiões estão com taxas mais elevadas. É o caso do Caparaó, que alcançou 1,09; a Central Sul - região de Cachoeiro -, com 1,25; a Central Serrana, região das santas - Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina - com 1,43.
Já na Grande Vitória a situação é de estabilidade, se mantendo, pela terceira semana, em 0,8. “Os quatro maiores municípios - Serra, Vila Velha, Cariacica e Vitória - estão com transmissão abaixo de 1 nas últimas quatro semanas”, relata Lira.
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