Há sete meses em A Gazeta, cobrindo as regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo, pude noticiar a chegada das vacinas contra a Covid-19 em Linhares e a aplicação das primeiras doses. O sentimento era de esperança e, ao mesmo tempo, de que um longo caminho ainda seria percorrido até chegar a vez da minha faixa etária poder ser imunizada.
Foram diversas matérias falando da vacinação para os grupos prioritários e depois para a população idosa. A expectativa e a ansiedade aumentavam a cada novo texto aberto falando dos municípios diminuindo as faixas etárias. A cada mês, novas perspectivas, estimativas… Mas a vacinação para a nossa faixa etária, acima dos 18 anos, parecia longe de ocorrer.
Com o avanço da imunização da população idosa, as estatísticas mostraram que os mais novos passaram a ser maioria entre as mortes provocadas pelo novo coronavírus. Nos últimos meses, cobrimos a perda de pessoas muito novas por conta da doença, como a jovem de 25 anos sem comorbidades, que fez aniversário um mês antes de morrer, e o de um homem de 32 anos, que noivou três meses antes de perder a vida para a Covid-19.
O medo de uma doença imprevisível – que a chance de a contaminação se converter em um quadro grave é como loteria – se contrastava com a esperança ao ver Linhares e os municípios ao redor diminuindo as faixas etárias.
Nos últimos meses, cidades pequenas anunciaram a imunização para as pessoas com 18 anos ou mais, municípios ao redor foram contemplando mais faixas etárias e Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, já vacina há uma semana a população adulta a partir dos 18 anos. Mas Linhares continuava nos 25 anos.
Saber nesta terça-feira (17) que a imunização finalmente contemplaria os mais novos resultou em uma felicidade quase igual ao momento que podemos noticiar que nossos avós, pais e outros tantos familiares finalmente se vacinariam.
A prefeitura daqui recomendou que não era necessário chegar muito cedo aos locais de vacinação, para não gerar aglomeração, mas não teve jeito. Uma fila repleta de jovens ansiosos dobrava o quarteirão uma hora antes da vacinação começar.
Na cidade onde pouco chove e que está incluída na região onde o volume de chuvas de 2021 foi abaixo do esperado, como noticiamos nesta semana, choveu muito e fez o perrengue na fila ficar ainda mais complicado. O sol ainda chegou a abrir, aumentando o calor, mas logo se escondeu atrás de nuvens com mais água. Após virar os quarteirões, driblar o cansaço e aguardar a senha 315 ser chamada, veio finalmente, depois de três horas de espera, a primeira dose e a sensação de alma lavada.
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