João Victor Brito Silva e Beatriz Gasoni de Azevedo irão a júri popular na próxima quinta-feira (21). Eles são acusados pela morte do ciclista e motorista de aplicativo, Doramir Monteiro Silva, então com 56 anos, encontrado morto em 2022, em Castelo, no Sul do Espírito Santo.
João Victor, filho da vítima, alegou ter cometido o crime em Cachoeiro – local do homicídio – após o pai tentar agarrar a namorada dele no dia dos fatos. Beatriz, apontada como cúmplice, é ré no processo acusada de ter ajudado o namorado a matar o sogro.
O julgamento ocorrerá no Salão do Júri do Fórum de Cachoeiro de Itapemirim na quinta-feira (21), a partir das 9h da manhã. O júri será na cidade, pois o crime teria acontecido no município. Após a morte da vítima, o corpo foi levado para a zona rural de Castelo, onde foi incendiado dentro de um buraco. Para a polícia, os dois mataram a vítima para ficar com a herança.
Segundo a Polícia Civil, Doramir Monteiro Silva, de 56 anos, foi dado como desaparecido em 28 de junho de 2022. No dia 4 de julho, seu filho, João Victor Brito Silva, então com 24 anos, teria confessado ter matado o pai a facadas, alegando que o crime ocorreu em Cachoeiro após o pai tentar agarrar sua namorada no dia dos fatos.
De acordo com a investigação, o corpo da vítima foi levado para uma propriedade rural em Estrela do Norte, em Castelo, e queimado em um buraco. Ainda no dia 4 de julho, os restos mortais de Doramir foram encaminhados ao Serviço Médico Legal de Cachoeiro de Itapemirim. O crime chocou o Espírito Santo.
Na época, durante uma coletiva de imprensa realizada em 5 de julho, o delegado Felipe Vivas, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cachoeiro de Itapemirim, apresentou a versão do filho da vítima e detalhes sobre a ocultação do corpo. Segundo o delegado, a namorada de João Victor Brito Silva teria desferido o primeiro golpe de faca após ser agarrada por trás por Doramir.
“Ele afirmara, em depoimento, que Duramir teria tentando agarrar a companheira. Antes, ele narra que saiu de casa no dia 28 (de junho de 2022) para a Santa Casa (de Cachoeiro), pois a namorada estava grávida, e depois passou em uma farmácia e um bar, mas na segunda (4 de julho) deu outra versão”, disse Vivas.
"Ele afirmou, em depoimento, que Doramir teria tentado agarrar sua companheira. Antes disso, relatou que, no dia 28 de junho de 2022, saiu de casa para ir à Santa Casa de Cachoeiro, pois a namorada estava grávida, e depois passou em uma farmácia e um bar. Porém, na segunda-feira (4 de julho), apresentou outra versão", disse Vivas. Questionado sobre as contradições, o filho confessou o crime, que contou com a participação da namorada. Segundo o delegado, após o primeiro golpe de faca desferido por ela, o filho desferiu os demais golpes.
Na época, o delegado afirmou que, ao longo de 15 anos de profissão, a frieza do filho da vítima era assustadora. "São 15 anos de profissão e a frieza assusta. Chega a ser surreal. Eles mataram seu Doramir a facadas, enrolaram o corpo em um lençol, em um tapete e em mais um edredom, e colocaram no porta-malas do carro. Foram a um posto de combustíveis, compraram combustível com o cartão da vítima", disse o delegado.
O casal segue de carro, então, para Castelo, na propriedade de familiares da namorada do suspeito. “Lá, tiram o corpo e o colocaram numa fossa seca, que vamos apurar se foi cavado para isso ou não. Eles jogaram 3 litros de combustíveis, atearam fogo, esperaram abaixar as chamas e atearam novamente fogo. Ao amanhecer, apagaram o fogo e retomaram para Cachoeiro e foram para uma padaria tomar café”, explicou o delegado.
A casa, onde a vítima morava com o filho, foi limpa pelo casal com alvejante e outros produtos de limpeza, mas a perícia da polícia acusou que havia sinais de sangue por várias partes e no veículo.
A reportagem de A Gazeta tenta localizar a defesa dos réus citados na reportagem. O espaço segue aberto.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta