Pesquisadores da saíra-apunhalada — ave rara no mundo que existe apenas no Espírito Santo — comemoram uma descoberta recente. Eles encontraram, nas últimas semanas, um ninho com três filhotes do pássaro no interior de Vargem Alta, na Região Serrana do Estado. Com o nascimento, o número de exemplares da espécie subiu para 15.
Desde janeiro do ano passado o monitoramento da ave é feito pelo Instituto Marcos Daniel, responsável pelo Programa de Conservação do Saíra-Apunhalada. Diariamente, os pesquisadores vão a campo para a observação de uma das aves e, para acompanhar cada etapa do desenvolvimento dos novos filhotes, um andaime foi montado no meio da mata, de frente para o ninho.
“A saíra-apunhalada foi descoberta em 1870. A partir daí, os relatos dela sempre foram muito raros. Ela foi redescoberta em 1998, pois até então era considera extinta na natureza”, disse o coordenador geral projeto, Marcelo Renan Santos.
As espécies que os especialistas monitoram ficam em Santa Teresa e entre Vargem Alta e Castelo. O estudante de Biologia Thieres Delaprani Fiorotti conta que chega ao posto de monitoramento às 5h30 e sai às 17h30. “Montamos essa plataforma para pegar o máximo de informações e dados, vídeos, fotos e áudios para estudo dos especialistas”, revelou o profissional em entrevista ao repórter Gustavo Ribeiro, da TV Gazeta Sul.
Na última sexta-feira (1º), os filhotes foram atacados por um tucano e saíram do ninho, mas felizmente conseguiram sair ilesos do ataque. Além de tentar protegê-los dos predadores animais, o instituto adquire áreas para manter a espécie salva. Um dos motivos dessa ave ser tão rara é o habitat. O animal exige área de Mata Atlântica fechada, que esteja localizada mais de 800 metros acima do nível mar.
“Dentro dessa estratégia, tem a proteção onde a ave vive. Então, uma de nossas estratégias é a aquisição de área para proteção. Conseguimos adquirir uma área que é 20% do território que a espécie ocupa no Espírito Santo”, contou Marcelo Renan Santos.
Para quem está ajudando na sobrevivência da espécie, fica o sentimento de gratidão. “Eu não tenho palavras, o bicho é endêmico daqui, tem toda uma história por trás e vemos o esforço é algo indescritível”, disse o futuro biólogo Thieres Delaprani Fiorotti.
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