Lado a lado e inseparáveis. Assim foram os últimos momentos entre a pequena Laura Beatriz e o pai, Heidson Fantoni. Nos segundos finais de vida da criança, Heidson não quis deixar a menina sozinha. “O coração dela foi parando e eu estava ao lado dela e não pude fazer nada, ela morreu nos meus braços”, contou Heidson.
A mãe chegou poucos minutos após a morte, mas fez questão de entrar e ver a pequena. Laura, de 5 anos, morreu de politraumatismo na tarde desta sexta-feira (23). A menina não respondia aos estímulos após a retirada da sedação desde quinta-feira (22).
Ela e mãe, Mara Núbia Borges da Vitória, de 36 anos, foram atropeladas enquanto atravessam a faixa de pedestres na Glória, em Vila Velha na quarta-feira (23). No dia, Mara foi para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória. Laura estava internada no Hospital Infantil Milena Gottardi, na Capital.
Mara recebeu liberação novamente do centro médico e segue em casa. Porém vai passar por três cirurgias, não movimenta o lado esquerdo e colocará pinos.
O motorista do Fox preto que atingiu as duas pagou R$ 1,5 mil de fiança no dia do acidente e foi liberado. Porém, nesta sexta-feira, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Wenderson Faugundes de Melo, de 20 anos, por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado, ambos com dolo eventual.
Após lutar pela para oferecer o melhor para a filha durante os últimos dias de vida, Heidson agora quer justiça. O companheiro de Mara espera que agora venha parte divina quanto terrena.
“Eu fiquei sabendo [pedido de prisão] pelas redes sociais. Eu fico feliz porque a justiça está sendo feita. A pessoa que atropelou a minha esposa e uma criança chegaram só uma hora depois na delegacia. Foram porque a autoridade que estava comigo correu atrás, pegou a placa e ligou para o dono do carro. Só chegaram lá porque foram pressionadas”.
Heidson contou que recebeu ligações e mensagens de familiares de Wenderson, mais informou que não vai atender. A conversa agora é na Justiça para o pai de Laura.
"Com o barulho falaram que se precisarmos de alguma coisa, mas não adianta, já passou porque quando precisei ninguém veio, na hora [na delegacia] ninguém perguntou como que estava e falou 'meu filho errou, mas estamos juntos'. Agora estão comentando, querem pagar de bom. Não vou responder", afirmou Heidson.
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