O combate ao incêndio que atinge a Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, em Gurapari, segue em andamento nesta sexta-feira (13). Segundo o diretor-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Mario Louzada, o fogo atinge atualmente a área de turfa, o que dificulta o trabalho dos servidores no local. As chamas começaram na noite de segunda-feira (9), e as imagens da destruição no local são assustadoras. Em um intervalo de poucos dias, uma parte considerável da área foi destruída, como mostram imagens de satélite.
Ainda segundo o diretor-presidente do Iema, a boa notícia é que os focos de incêndios próximos à rodovia estão controlados, embora ainda haja fogo. O combate às chamas em uma parte da APA indica menor risco para o Parque Estadual Paulo César Vinha, que, preventivamente, foi fechado para visitação.
Em nota enviada à reportagem de A Gazeta, o Corpo de Bombeiros informou que as equipes têm utilizado drone com câmera térmica para reconhecimento de pontos quentes. O planejamento para esta sexta-feira (13), segundo o Corpo de Bombeiros, é realizar um novo sobrevoo com o drone e continuar o combate ao fogo. As ações incluem resfriamento de pontos quentes e alagamento de áreas de turfa.
A turfa, citada pelo Iema e pelo Corpo de Bombeiros, é um material orgânico formado pela decomposição de plantas, especialmente musgos, em ambientes úmidos e pobres em oxigênio, como pântanos e áreas alagadas. Devido à baixa oxigenação, a decomposição ocorre lentamente, resultando em um acúmulo espesso de matéria orgânica.
Um incêndio em vegetação de turfa causou transtorno na Rodovia do Contorno no fim do mês de agosto. A queima gerou muita fumaça, provocando acidente entre pelo menos nove carros. Apesar do transtorno, a extração de turfa pode causar impactos ambientais significativos, uma vez que a vegetação é importante para a biodiversidade.
Em entrevista ao repórter Paulo Ricardo Sobral, da TV Gazeta, o diretor-presidente Mario Louzada afirmou que o incêndio na APA de Setiba tem mobilizado servidores do Iema, Corpo de Bombeiros, do próprio Parque Paulo César Vinha e do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer). Cerca de 35 pessoas estiveram no combate ao fogo na quinta-feira (12), segundo ele.
O repórter João Brito, da TV Gazeta, apurou na quinta-feira (12) que a perda de vegetação estimada no incêndio de Setiba é de 400 hectares, o equivalente a 400 campos de futebol. Perguntado sobre o tamanho da destruição, o diretor-presidente do Iema afirmou que o órgão ainda irá realizar uma medição oficial.
"A medição da área um trabalho complexo de fazer, porque às vezes a imagem do satélite pode estar encoberta de nuvem, de névoa. O Corpo de Bombeiros fez uma avaliação preliminar, mas o número completo será informado pelo Iema e pelo Idaf", disse à TV Gazeta nesta sexta-feira (13).
A Área de Proteção Ambiental de Setiba é a maior do Estado nesta categoria. Foi criada em 1994. A unidade tem o intuito de estabelecer uma zona de proteção contra impactos no entorno do Parque Estadual Paulo Cesar Vinha. Até esta sexta-feira (13), a área do parque não havia sido atingida pelo fogo.
Em entrevista à TV Gazeta nesta sexta-feira (13), o diretor-presidente do Iema, Mario Louzada, foi enfático ao dizer que os incêndios registrados no Espírito Santo são, em sua maioria, provocados por ação humana.
Mario Louzada não indicou se há suspeitos envolvidos no incêndio que atinge a APA de Setiba desde segunda-feira (9).
O Espírito Santo registrou 469 focos de incêndio em 2024, segundo números atualizados na quinta-feira (12) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa um aumento de 149% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado - 188 focos de incêndio. O Estado segue uma tendência nacional: o Brasil registra 110% de aumento nos focos de incêndio, segundo o Inpe.
Ainda de acordo com o Inpe, o município de Guarapari é o 13º no Espírito Santo com mais focos de incêndio: Foram 10 registrados em 2024. Linhares é a cidade com mais focos: 46 registros em 2024.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta