O prejuízo causado por ataques a ônibus do Sistema Transcol em 20 anos chegou a R$ 77 milhões, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus). A entidade afirma que, entre 2004 e 2025, 97 coletivos foram incendiados por criminosos, sendo três deles em 2024, e outros quatro neste ano.
A estimativa foi feita após ataques que aconteceram na quarta-feira (26), quando dois ônibus foram incendiados: um em Jardim da Penha, em Vitória, e o outro no Bairro das Laranjeiras, região da Grande Jacaraípe, na Serra. Os ataques, segundo o comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Douglas Caus, foram motivados pela morte de um traficante, identificado como Anderson de Andrade Bento, conhecido como Andinho.
As perdas das empresas com os incêndios a ônibus prejudica a população, já que o reajuste tarifário considera também essas perdas de veículos. Segundo o GVBus, o cálculo do prejuízo de R$ 77 milhões considera o custo com reposição dos veículos em valores atuais.
"Um coletivo novo custa em média R$ 800 mil, já os micro-ônibus, média de R$ 650 mil. Estes prejuízos recaem em todo o sistema, especialmente nas empresas de ônibus, mas também na população. Isso porque, embora os consórcios possuam veículos reservas para garantir a operação, a destruição de um coletivo gera transtornos, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação", disse o sindicato, em nota.
Motoristas que passavam pela Avenida Dante Michelini na noite de quarta-feira registraram imagens de um ônibus em chamas. O incêndio ocorreu na Ponte de Camburi, logo após a Praia do Canto, e destruiu completamente o veículo. Vídeos mostram o coletivo tomado pelo fogo, com uma densa fumaça preta saindo.
Após o trabalho do Corpo de Bombeiros para controlar as chamas, restaram apenas pedaços de ferro retorcido. A Polícia Militar reforçou a segurança na região com viaturas, enquanto a Polícia Civil também esteve no local para iniciar as investigações. Apesar do ataque, outros ônibus continuaram circulando normalmente.
No final da noite, na Serra, no bairro das Laranjeiras, na região da Grande Jacaraípe, criminosos incendiaram mais um ônibus.
Em nota, a PC, informou que os incêndios a coletivos ocorridos em Jacaraípe, na Serra, e em Jardim Camburi, Vitória, serão investigados sob a responsabilidade da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Transporte de Passageiros (DCCTP) para identificar e responsabilizar os suspeitos.
"A PCES destaca que a população pode colaborar com as investigações por meio do Disque-Denúncia 181. A ferramenta é segura e garante o anonimato do denunciante. Além disso, informações também podem ser enviadas pelo site, onde há a opção de anexar imagens e vídeos de ações criminosas", disse a corporação.
Leia, abaixo, a nota enviada pela GVBus à reportagem de A Gazeta.
"A empresa responsável pelos coletivos informa que, na noite desta quarta-feira (26), dois ônibus do Sistema Transcol foram incendiados e ficaram completamente destruídos. Em ambos os casos, os criminosos agiram com os passageiros ainda dentro, mas não houve feridos. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados.
No primeiro caso, na Praia do Canto, em Vitória, três indivíduos embarcaram no ônibus da linha 523 (T. Jacaraípe/T. Jardim América via Beira-Mar), no ponto da Avenida Saturnino de Brito, próximo à Ponte de Camburi. Eles pularam a roleta e, um ponto depois, com o veículo já em movimento, ordenaram que todos descessem, ao mesmo tempo em que jogavam gasolina no ônibus, e atearam fogo. O veículo seguia sentido Jardim Camburi, Vitória, e contava com uma média de 20 passageiros.
A segunda ocorrência foi registrada no bairro Jacaraípe, na Serra, e envolveu um ônibus da linha 863 (T. Jacaraípe/ Residencial Jacaraípe via Castelândia/ Costa Dourada). Os criminosos usaram o mesmo modus operandi do primeiro caso. Por volta das 23 horas, embarcaram no ônibus, sentido Enseada de Jacaraípe, e, no ponto seguinte, ordenaram que todos descessem e atearam fogo. Havia cerca de 30 passageiros, na ocasião.
O GVBus, por sua vez, lamenta a depredação e a destruição de ônibus coletivos de forma criminosa, e ressalta que esse ato somente traz prejuízos para o Sistema Transcol e para os moradores dos bairros onde os fatos ocorrem.
Em pouco mais de 20 anos (entre 2004 e 2025), 97 ônibus do Sistema Transcol foram incendiados por criminosos, três deles em 2024, e outros quatro este ano, ficando todos completamente destruídos.
O impacto financeiro com ônibus totalmente destruídos é de R$ 77,6 milhões em pouco mais de 20 anos, levando em consideração o custo de reposição desses veículos em valores atuais – um coletivo novo custa em média R$ 800 mil, já os micro-ônibus, média de R$ 650 mil. Estes prejuízos recaem em todo o sistema, especialmente nas empresas de ônibus, mas também na população. Isso porque, embora os consórcios possuam veículos reservas para garantir a operação, a destruição de um coletivo gera transtornos, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta