Uma foto do Rio Doce, em Colatina, Noroeste do Espírito Santo, viralizou e tem dado o que falar nas redes sociais. O registro impressiona ao mostrar gigantes bancos de areia. A reportagem de A Gazeta conversou com a dona do perfil responsável pela divulgação da imagem. Segundo a esteticista Glaucia Gaviorno, a foto foi capturada por uma amiga da varanda de um prédio localizado na Avenida Beira-Rio, por volta das 16h de terça-feira (3). Ao fundo, o sol alaranjado e encoberto pelo "corredor de fumaça".
"A foto gerou espanto nas pessoas. Por isso, é importante criar consciência, não esperar que os outros façam por nós. Temos que economizar água, pois nosso verão ainda nem chegou e a gente já está nesse estado. Estamos vendo tantas queimadas [...]. Isso tudo está trazendo malefícios às pessoas", comentou a esteticista em uma rede social.
Quem mora em Colatina já percebeu que os bancos de areia se tornaram parte da paisagem do Rio Doce nos últimos anos. Mas o que explica a aparição dessas grandes "ilhas"?
De acordo com o engenheiro florestal da Prefeitura de Colatina, José Carlos Loss Júnior, isso acontece pois a cidade está situada no início de uma região conhecida como "Baixo Rio Doce", onde o desnível do rio em relação ao mar é pequeno e, com isso, a vazão de água diminui. Nessa região, o rio também apresenta baixa velocidade do curso d'água, ocasionando a sedimentação da areia.
José Carlos, que também é presidente do Comitê da Bacia do Rio Doce, comentou sobre a foto que viralizou nas redes sociais. Segundo ele, tudo depende do posicionamento da fotografia. "Se você se posicionar onde um banco de areia foi depositado, a imagem pode ficar mais impactante, como essa que viralizou", explicou.
O cinegrafista Heriklis Douglas, da TV Gazeta, se posicionou em um ponto na Avenida Beira-Rio, porém, em um horário e ângulo diferentes da foto viralizada. O registro foi feito na tarde desta quarta-feira (4). Veja a situação do rio:
Apesar das imagens impactantes, José Carlos garantiu que não há risco de desabastecimento em Colatina. Segundo ele, a vazão do rio está em 180 metros cúbicos por segundo. O manancial se encontra com um metro e quatro centímetros de profundidade. "Estamos no final de uma seca e a situação não é muito fora da normalidade, embora seja uma condição que ninguém quer", disse.
De acordo com o engenheiro, a cidade de Colatina consome em torno de 0,4 metro cúbico por segundo, o que ainda não gera problemas de desabastecimento. "Nesse ano, já tivemos períodos piores, em que a vazão chegou a 90 metros cúbicos por segundo", finalizou.
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