O município de Fundão, que faz parte da Grande Vitória, é uma das cidades capixabas com risco elevado de contaminação para o novo coronavírus. O município registra até o momento quatro óbitos pela Covid-19, além de 34 confirmações da doença pelo Painel da Secretaria de Estado da Saúde.
Esse cenário tem preocupado a população e muitos boatos em relação à pessoas infectadas tem se espalhado pela cidade. Um deles está direcionado a possíveis mortes de colaboradores de um frigorífico, que fica às margens da BR 101, e é uma empresa importante para a economia local. De acordo com a Prefeitura de Fundão, existem funcionários do local em isolamento à espera do resultado de testes, porém não há registro de óbitos de colaboradores do estabelecimento.
Em nota, a administração municipal informou que dos 25 casos suspeitos em análise da cidade no momento, alguns são de funcionários do frigorífico. A Prefeitura, contudo, não repassou a quantidade para resguardar a identidade dos pacientes e evitar que mais informações desencontradas se espalhem pela cidade. A assessoria de comunicação confirmou que todos estão cumprindo com o isolamento enquanto o resultado não é divulgado.
Em contato com a reportagem, um dos responsáveis pela administração do Frigorífico Forte Boi, Adriane Tadeu Dias, também confirmou que há funcionários afastados com suspeita da doença.
"Entendemos a importância que o frigorífico tem para a cidade, por isso mesmo muita coisa é falada, mas o que temos atualmente são alguns colaboradores que estão esperando pelo resultado dos testes realizados. Independentemente de testarem positivo ou não, essas pessoas já estão cumprindo com a quarentena e seguirá assim até que se tenha segurança para que retornem ao trabalho", disse Adriane.
O representante do frigorífico, acredita que esses boatos se espalham porque no local já houve funcionários com a Covid-19, porém todos já estão curados.
"Nós já tivemos três registros de trabalhadores nossos com coronavírus, mas já faz algumas semanas. Todos foram tratados, se recuperaram e já estão liberados para trabalhar, mas por orientação do médico que nos assiste, optamos por deixá-los mais uns dias afastados apenas para ter uma maior segurança. Todos os dias os funcionários têm a temperatura checada e se apresentarem qualquer sintoma, eles são afastados para evitar um eventual contágio", explicou.
Por conta das mudanças forçadas pela pandemia, o frigorífico alterou a rotina de funcionamento para diminuir o tempo de convívio coletivo dos funcionários no ambiente de trabalho e também intensificou as medidas preventivas. No local, atualmente trabalham pouco mais de 300 pessoas.
"Antes desse coronavírus, os abates de animais eram diários. Agora mudamos essa prática e eles ocorrem apenas três vezes por semana. São cerca de 350 animais por dia, mas agora estamos trabalhando menos. Além/ de checarmos a temperatura, o funcionário passa por um túnel que lança uma substância indicada para o combate ao vírus ao entrar e sair. Além disso, colocamos mais lavatórios para as mãos internamente e disponibilizamos álcool em gel em vários setores para que todos se cuidem", destacou Adriane.
A Prefeitura de Fundão, através da Vigilância Sanitária municipal, também intensificou às visitas ao frigorífico nos últimos dias. Na mais recente delas, foram verificadas as medidas de prevenção realizadas no local para evitar uma contaminação coletiva.
"A Prefeitura, através da vigilância sanitária, faz inspeções frequentes à empresa no intuito de orientar e fiscalizar as boas práticas de higiene, distanciamento entre funcionários, uso de EPIs, barreira sanitária, entre outras medidas que visam garantir as ações do Plano de Contingência da empresa para a Covid-19. Várias reuniões entre Vigilância Epidemiológica, medicina do trabalho e até mesmo com a diretoria da empresa estão sendo realizadas periodicamente a fim de alinhar as ações de combate e controle da proliferação do vírus. No dia 06/05 tivemos reunião com técnicos da Secretaria Estadual de Saúde para orientar e qualificar as ações desenvolvidas na empresa".
"A vigilância sanitária está realizando blitz na empresa e avaliando se o plano de contingência criado está sendo cumprido, bem como acompanhamento e monitoramento, através da Vigilância epidemiológica dos funcionários afastados", disse a administração em nota à reportagem.
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