Salta do caminhão, recolhe sacos de lixo, corre atrás do caminhão, sobe nele mais uma vez e segue para o próximo destino, onde começa tudo de novo. Essa rotina é bem conhecida por Marcelo Siqueira, o gari de 37 anos que há 14 se dedica ao ofício pelas ruas da Grande Vitória.
Mas além de ser ágil no ofício atrás do caminhão, Marcelo dá show nas pistas de corrida. Ele é atleta e, para além da profissão, dedica-se aos treinos nas ruas e na academia. Tanta dedicação já lhe rendeu títulos. Em 2018, por exemplo, ele conquistou o quarto lugar na Corrida Dez Milhas Garoto. Também já foi campeão da Corrida dos Bombeiros. As vitórias são sempre dedicadas aos colegas de profissão: os trabalhadores da área de limpeza pública.
"Lembro até hoje, na rota de Maria Ortiz (Vitória), de uma senhora que me dava um cafezinho. Ela sempre falava: 'você tem que correr, você tem que participar de alguma corrida'. Eu não levava aquilo a sério. Mas depois botei na minha cabeça: se uma pessoa está acreditando em mim, porque eu não posso? Aí eu comecei a fazer treinos e fui tendo conhecimento", contou ele diretamente do estúdio do telejornal Bom Dia Espírito Santo, onde esteve na manhã desta segunda (16), no Dia do Gari.
As conquistas também lhe renderam um novo apelido. Desde que começou a correr, Marcelo passou a ser conhecido como "Garibolt" nas redes sociais.
Atualmente, Marcelo, que é pai de dois filhos, trabalha nas ruas de Vitória, cidade onde foi criado. Ele lembra da infância vivida na comunidade do bairro Resistência. Foi lá que o interesse pela profissão de gari começou. "A coleta do caminhão de lixo, desde quando eu era criança, já vem na minha cabeça. Meus amigos trabalhavam e eu falava que um dia eu ia trabalhar no caminhão".
O coletor e atleta aproveita também a data para fazer um alerta e, ao mesmo tempo, um pedido: a população pode retribuir o importante trabalho de limpeza feito pelos garis com atitudes simples, que ajudam a garantir a segurança desses trabalhadores. Uma delas é separar o lixo em casa, identificando sacolas que contenham objetos cortantes. Outra possibilidade é enrolar bem esses objetos em um pedaço de papel.
*Com informações de Maíra Mendonça, do g1 ES
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