O que era para ser uma volta para a casa tranquila após passar a tarde com amigos na Ilha do Frade, em Vitória, virou pesadelo para um adolescente de 15 anos: na noite de quinta-feira (8), ele quebrou o punho depois de levar um choque ao encostar no guarda-corpo de aço inox que fica na ponte que liga a ilha à Praia do Canto.
Pai dele, o técnico mecânico Sérgio Alencar contou que o adolescente chegou a ficar alguns segundos "agarrado" no corrimão. "Ele estava passando no sentido Vitória. Quando colocou a mão no corrimão ele tomou o choque. Graças a Deus ele fez força e conseguiu sair. Ligaram para nós e fomos até lá. Chamamos o Samu, eles fizeram os primeiros socorros e meu filho estava meio 'grogue'. Ele foi até o hospital, passou por neurologista, ortopedista e foi constatado que, durante o choque, ele quebrou o punho, mas não teve queimadura."
O estudante precisou engessar o braço e voltou para casa. Sérgio contou que, no local, testemunhas disseram que essa não foi a primeira vez que alguém tomou um choque no corrimão.
Sérgio Augusto Azevedo Santos, engenheiro elétrico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), conversou com a TV Gazeta. Ele explicou que, se houve um choque, há uma energização da ponte.
"Para que isso aconteça, debaixo da ponte tem que passar um cabeamento elétrico que energiza parte da ponte. Pode ser que exista um cabeamento submarino também. A norma diz que em toda estrutura metálica tem que existir um aterramento que seja adequado, principalmente em grandes extensões, e esse aterramento nem sempre pode ser feito de uma maneira muito simples. Aqui no caso, por exemplo, é um concreto, existe uma dificuldade grande de se fazer esse aterramento."
Ele afirmou que o Crea já entrou em contato com a fiscalização para verificar qual foi a empresa responsável pelo serviço. "É necessário que a empresa venha, faça uma medição adequada e verifique a existência ou não desse aterramento dessa parte energizada. Pode ser um pequeno trecho ou o trecho todo."
Durante a noite, a parte debaixo da ponte fica iluminada. Segundo o engenheiro, pode haver relação entre essa iluminação e o choque. "A parte de iluminação é chumbada também, e esse chumbamento, em algum momento, pode ser que tenha pego a ferragem da ponte que fatalmente está conectada com essa estrutura. Então pode ser, sim, que exista essa energização acidental."
Em nota, a Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran) de Vitória informou que "o guarda-corpo da ponte não é energizado e que não passa qualquer fiação pelos tubos de inox. Uma equipe técnica especializada em cabeamento de energia está no local".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta