Um aumento no número de casos de gastroenterite tem sido observado nas últimas semanas nas unidades de pronto-atendimento e hospitais no Espírito Santo. Recentemente, um surto da doença foi investigado em uma escola estadual localizada no Bairro de Santa Helena, em Vitória. Mas como evitar a infecção em meio a esse aumento de casos?
A gastroenterite é uma inflamação do trato gastrointestinal, que geralmente é causada por vírus, mas também por bactérias e parasitas. A infecção acontece normalmente por via fecal-oral, ou seja, a partir do consumo de comidas e bebidas contaminadas, o contato com objetos, entre outros.
Na maioria das vezes, ocorre devido à falta da higiene das mãos, a manipulação incorreta de alimentos e contato físico com pessoas infectadas. A gastroenterologista Livia Pandolfi, da Unimed Vitória, que também reparou o aumento de casos no consultório onde atende e nos pronto-socorro, pontua os principais cuidados que as pessoas precisam ter para evitar a doença.
"É importante manter os cuidados com a higiene das mãos. Lavar com água e sabão após chegar em casa, usar o banheiro, antes das refeições e depois do contato direto com pessoas infectadas. Evitar também consumir alimentos crus e carnes mal passadas, sem conhecer a procedência e higienização, além de preferir sempre alimentos cozidos, naturais, e que não tenham ficado muito tempo fora da geladeira, expostos a insetos", orienta.
Em Cariacica, o número de infectados teve um aumento significativo nos últimos meses. Foram 33 casos em janeiro; 22, em fevereiro; 42, em março e abril; e 91, em maio. A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) afirmou, por nota, que está realizando estudos para caracterizar se há ou não um surto da doença na cidade.
Já na Serra, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Castelândia também registrou um aumento na demanda de casos, sobretudo na pediatria, com um terço do número de atendimentos. Os municípios de Vitória e Vila Velha informaram que não houve um crescimento de diagnósticos até o momento.
A médica infectologista Martina Zanotti, do Vitória Apart Hospital, explica que ainda não é possível confirmar a causa desse "surto", mas que a fácil contaminação da gastroenterite pode ter favorecido o aumento de casos. No hospital, segundo ela, os atendimentos chegaram a dobrar nas últimas três semanas.
A especialista continua: "É difícil saber o motivo exato, pois geralmente não fazemos diagnóstico para saber se é um vírus, uma bactéria, entre outros. Quando dá surto assim, costuma ser uma gastroenterite viral. Tem épocas do ano em que eles circulam mais".
De acordo com o gastroenterologista Rodrigo Tardin, os principais sintomas da gastroenterite são diarreia, aumento da frequência das evacuações e fezes líquidas. Isso muitas vezes acompanhado de cólicas abdominais, vômitos, mal-estar geral e fraqueza.
O médico explica ainda que nos casos mais graves da doença, e que exigem mais atenção, a febre e o aumento da constância dos vômitos estão associados.
A respeito do tratamento da gastroenterite, Rodrigo pontua que a reposição das perdas líquidas e sais minerais é essencial. Nem sempre a doença requer tratamentos específicos ou ajuda hospitalar.
Em algumas situações, basta acompanhar os sintomas e manter-se bem hidratado para se recuperar da doença em poucos dias. "Em casos de internação, mais severos, o tratamento é feito com antibióticos escolhidos pelo médico de acordo com o paciente", completa.
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