O circuito elétrico identificado na estrutura da ponte da Ilha do Frade, apontado como a causa do choque que um adolescente levou na última sexta-feira (9), foi causado por uma ligação clandestina, popularmente conhecida como “gato de energia”.
Segundo a Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran), da Prefeitura de Vitória, as equipes do órgão identificaram o desvio de energia não autorizado após uma varredura completa na estrutura da ponte.
O órgão afirmou desconhecer o motivo da ligação ilegal e que não autoriza terceiros a fazer ligações ou derivações da rede de iluminação pública, que é protegida e não pode ser violada.
A Setran ressaltou que o circuito que provocou o acidente foi desligado e não há mais risco de acidente na estrutura, que permanece sendo monitorada.
Os chamados "gatos", são uma forma de ligação elétrica clandestina destinada a furtar energia elétrica. Não há uma tipificação específica no Código Penal para o crime, mas ele se enquadra no artigo 155 (furto), com pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Por ser feita de maneira ilegal e sem apoio de técnico, coloca em risco pessoas que passem perto da ligação irregular, que pode gerar choques elétricos, curtos-circuitos e incêndio, causando acidentes.
Um adolescente de 15 anos quebrou o punho, na noite de quinta-feira (8), depois de levar um choque ao encostar no guarda-corpo de aço inox que fica na ponte que liga a ilha à Praia do Canto.
Pai dele, o técnico mecânico Sérgio Alencar contou que o adolescente chegou a ficar alguns segundos "agarrado" no corrimão.
"Ele estava passando no sentido Vitória. Quando colocou a mão no corrimão ele tomou o choque. Graças a Deus ele fez força e conseguiu sair. Ligaram para nós e fomos até lá. Chamamos o Samu, eles fizeram os primeiros socorros e meu filho estava meio 'grogue'. Ele foi até o hospital, passou por neurologista, ortopedista e foi constatado que, durante o choque, ele quebrou o punho, mas não teve queimadura."
O estudante precisou engessar o braço e voltou para casa. Sérgio contou que, no local, testemunhas disseram que essa não foi a primeira vez que alguém tomou um choque no corrimão.
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