Quem vê o gatinho Guerreiro correndo pela casa e brincando com outros animais nem imagina que um mês antes ele passou por momentos terríveis em Linhares, no Norte do Espírito Santo. Em 23 de novembro, o animal foi agredido e espetado com um vergalhão. O servidor público municipal Victor Brandão Machado, de 43 anos, se apresentou à polícia e confessou ter cometido as agressões contra o animal. Ele chegou a ficar preso, mas foi liberado alguns dias depois.
Ainda se recuperando das agressões, o gatinho ganhou muito peso. A recuperação dele em relação às feridas foi rápida. Só ficaram as cicatrizes. Ele ganhou peso e já foi castrado, contou Josiane Felipe Moreira. A protetora dos animais está cuidando do Guerreiro desde que ele foi resgatado.
Mas se as marcas físicas já estão sumindo, os transtornos emocionais parecem ainda estar presentes na vida do animal.
Ainda com muito medo, poucos dias depois de ser resgatado, o gatinho chegou a fugir de casa. Em seguida, ele foi encontrado e retornou para a residência.
A protetora dos animais destacou ainda que o animal está fazendo uma terapia com ozônio e luzes para as feridas e também para ajudar no trauma causado pelas agressões.
Em vídeos que começaram a circular no dia 23 de novembro, o gato aparece agonizando dentro de uma armadilha, após ser espetado com vergalhões no quintal de uma casa do bairro Jardim Laguna.
Com o auxílio de outras pessoas, o gato foi retirado do local das agressões. O animal ficou com vários ferimentos pelo corpo e na cabeça. Ele foi encaminhado para o atendimento com um médico veterinário e recebeu pontos para fechar as feridas.
Na época do caso, o delegado afirmou que o homem alegou que passava por problemas psicológicos e, como sua casa fica no térreo, o animal estaria causando transtornos. Ele argumenta que está passando por problemas psicológicos, em um quadro de depressão. Ele afirmou que já tinha buscado ajuda por diversas vezes, pois a casa dele tinha que ficar fechada, já que esse gato entrava, defecava e urinava nas coisas além de comer sua comida e estragar móveis, explicou o delegado Romel Pio Júnior.
Para o delegado, o homem alegou que não torturou o animal e usou um vergalhão. Ele afirmou que em um momento de desespero e nervosismo, com a volta do animal, ele fez a armadilha e conseguiu pegar o gato. Ele disse que não torturou o gato e agrediu o animal com apenas um vergalhão. Quando achou que o animal estava morto, parou as agressões, finalizou.
A reportagem procurou novamente a defesa de Victor nesta semana. O advogado Marcos Soares afirmou que a defesa ainda não foi notificada sobre a conclusão do caso. O defensor destacou que não pretende se manifestar sobre outros detalhes do caso.
Na semana do caso, a Prefeitura de Linhares informou por nota que instaurou um procedimento administrativo para apurar a conduta do servidor público Victor Brandão Machado.
Procurada para falar sobre a situação, a administração municipal afirmou que o procedimento está em andamento, na fase instrutória, respeitando os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. O Executivo salientou que o processo segue sob sigilo. O homem é servidor público na Prefeitura de Linhares há 11 anos.
A reportagem de A Gazeta demandou a Polícia Civil para saber se o inquérito do caso foi concluído. Assim que a demanda for respondida, esta matéria será atualizada.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta