A investigação oficial sobre o que causou a queda do helicóptero na manhã desta quarta-feira (6) em uma área de mata no bairro Riviera da Barra, em Vila Velha, ainda será realizada, mas em entrevista à Rádio CBN Vitória, o gerente de segurança operacional do Aeroclube do Espírito Santo, Marcus Nascif, disse que, após analisar as imagens, ele e pilotos profissionais acreditam que a aeronave apresentou algum problema técnico. Duas pessoas morreram no acidente.
"Pela análise das imagens gravadas pelas câmeras do aeroclube — eu mostrei essa imagem para três pilotos de helicóptero, a conclusão que eles chegaram, ainda não é nada oficial, é de que ele sofreu algum problema técnico, uma pane que ainda não conseguimos definir o que foi", revelou Nascif, que era amigo pessoal do piloto Octavio Schneider Queiroz, de 68 anos, que não resistiu à queda. A passageira Lucimara Poleto, de 52 anos, também morreu no local. Veja o vídeo:
Ainda sobre as imagens, Marcus pontua que a aeronave parecia estar alinhada com a pista e que, antes de tocar o chão, percebe-se uma guinada do helicóptero para a esquerda. "Ele desvia para a área de mata. Aparentemente os controles estavam funcionando, porque ele fez uma manobra antes de atingir o solo que é chamada de 'flare'. Ele levantou o nariz da aeronave para amortecer a queda, mas não sabemos definir exatamente o que aconteceu — mas que houve um problema técnico, isso é inquestionável", completou.
Nascif ainda explica que, quando um helicóptero para de funcionar, há um sistema de autorrotação que faz com que a aeronave pouse, mesmo com o motor parado, mas com a hélice girando. "Não sabemos se ele aplicou a autorrotação, se o motor parou. Não sabemos a causa mecânica. Além das imagens, temos uma testemunha ocular, um mecânico do aeroclube que viu a aeronave se aproximando e ouviu um barulho, o que é mais um indicativo de problema técnico", disse o gerente.
Por fim, Nascif reforçou que todas as hipóteses levantadas são especulações e que equipes do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III) estão a caminho de Vila Velha para realizar perícia no helicóptero. "A finalidade dessa investigação não é apontar culpado e nem responsabilizar ninguém, e sim tentar levantar os fatores que contribuíram para ocorrência e serem tomadas medidas preventivas para que outros acidentes não aconteçam", concluiu.
No que diz respeito a Octavio, Nascif diz que tinha um relacionamento de amizade com ele há mais de 10 anos e que o piloto vivia diariamente no Aeroclube de Vila Velha, onde cuidava até mesmo da vegetação no entorno.
"Ele era um apaixonado pela aviação. Quando um aeronauta falece, vai um pedaço de todos nós. É um sentimento profundo, de perda, choque para todos nós. Era uma pessoa bastante querida. O cuidado que ele tinha com a área do aeroclube era constante, plantou várias palmeiras exóticas, bananeiras, fruteiras. Vivia no aeroclube diariamente", finalizou Nascif.
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