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Gestante com câncer passa por cirurgia inédita no ES com uso de robô

Gestante com câncer passa por cirurgia inédita no ES com uso de robô

Com atuação do robô Da Vinci XI, no Hospital Santa Rita, paciente teve alta no dia seguinte

Publicado em 31 de agosto de 2020 às 20:27

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Hospital Santa Rita
Segundo a equipe médica, composta por quatro profissionais, a plataforma robótica também ofereceu mais segurança e precisão. (Divulgação)

Em procedimento inédito, uma paciente de 32 anos de idade, com 20 semanas de gestação e portadora de câncer de colo de útero, foi submetida a uma cirurgia feita por robô no dia 17 de agosto, no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória. Foi o primeiro caso de procedimento com o robô Da Vinci XI para tratar câncer ginecológico e em gestante. A cirurgia foi um sucesso e a paciente teve alta no dia seguinte.

De acordo com a ginecologista oncológica do Hospital Santa Rita e presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo, Karin Rossi, a cirurgia por meio do robô foi fundamental para preservação da vida do bebê. "Foi importante uma vez que foi facilitada pela visão ampliada em 3D e pela rotação das pinças, proporcionando mais alcance em locais de dissecção na pelve, que estavam ocupados pelo útero gravídico”, informou.

Segundo a equipe médica, composta por quatro profissionais, a plataforma robótica também ofereceu mais segurança e precisão. Um dos braços do robô manteve o útero seguro, deixando-o suspenso e estável durante todo o procedimento, facilitando o acesso à pelve para a atuação dos especialistas.

A médica capixaba Karin Rossi e o médico de São Paulo, Marcelo Vieira
A médica capixaba Karin Rossi e o médico de São Paulo Marcelo Vieira. (Divulgação)

TRATAMENTO DE CÂNCER DURANTE A GESTAÇÃO

A cirurgia feita, chamada de linfadenectomia pélvica laparoscópica, é um procedimento de estadiamento, ou seja, que, segundo a médica, serve para identificar se o câncer se encontra somente no órgão alvo (colo do útero) ou se se espalhou para outros locais, dando metástase. De acordo com a especialista, esta cirurgia deve ser realizada, preferencialmente, no segundo trimestre da gravidez, sendo possível após a 12ª semana de gestação, quando o bebê já está formado.

Em pacientes com câncer de colo uterino inicial, o procedimento feito usando robô permite uma estratificação de risco confiável, ou seja, uma aferição do estágio preciso em que a doença se encontra, podendo ou não retornar depois de tratada. "A gente sabe  até onde a doença vai. Por exemplo, se a paciente tiver o linfonodo negativo, sem célula de câncer, é estágio 1, se vier positivo é estágio 3. Quanto mais avançada a doença, maior chance de metástase", informou.

No caso de o câncer ter se espalhado, a médica explica que isso tem que ser conversado com a paciente. "A partir daí define-se se há interesse em seguir com a gestação, a depender dos riscos. O casal deste procedimento decidiu conduzir a gravidez até o fim, então faríamos a quimioterapia, caso seja constatada a necessidade, com remédios que não agridem o feto. Já a radioterapia nunca pode acontecer com pacientes grávidas. Os remédios que seriam aplicados atuariam nas ínguas, deixando livres de doença para ganhar tempo até o bebê nascer", disse.

A taxa somente para uso do robô, o que torna o procedimento mais simples e rápido, agredindo menos o útero, custa R$ 12 mil, valor a ser pago ao hospital e que os planos de saúde não cobrem.

EQUIPE MÉDICA ENVOLVIDA

  • Dra. Karin Rossi (ginecologista oncológica - Hospital Santa Rita)
  • Dr. Marcelo Andrade Vieira (ginecologista oncológico – Hospital Albert Einstein- SP)
  • Dr. José Jorge da Silva (cirurgião geral - Hospital Santa Rita)
  • Dr. Bruno Pimentel de Oliveira Carvalho (anestesiologista – Hospital Santa Rita)

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