Um tapete verde formado por plantas aquáticas tomou conta da Lagoa Maringá, localizada em Manguinhos, na Serra. A espécie conhecida como gigogas pode ser indicador de poluição e, em alguns casos, prejudica organismos vivos, segundo especialistas. Os registros do fotógrafo Ricardo Medeiros mostram animais sobre a superfície e até um pneu de caminhão.
De acordo com a botânica Maria Colodete, é preciso analisar o caso de forma separada para afirmar que a poluição seja a única e principal motivadora do crescimento das plantas na lagoa da Serra. Segundo ela, em geral, há a indicação que o esgoto doméstico provoque o aparecimento das gigogas.
"É uma planta aquática, natural, que tem como processo biológico filtrar a matéria orgânica pelas raízes", explica.
A especialista ressalta que as gigogas devem ser retiradas do local.
"Deve ser retirado imediatamente, mas com a elaboração de um plano, de forma parcial. A remoção não acontece de uma vez, ela pode continuar crescendo."
Segundo ela, caso haja a "tomada da lâmina de água", a entrada de luz será comprometida, atrapalhando a fotossíntese de organismos.
A reportagem de A Gazeta procurou a Prefeitura da Serra, questionando a possível influência da destinação do esgoto na formação de gigogas.
Segundo a administração municipal, a ocorrência já havia sido identificada. Por essa razão, a Secretaria de Meio Ambiente e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos foram acionados para "verificar se o sistema de tratamento da região está funcionando de forma adequada", disse a prefeitura.
O município informou ainda, em nota, já ter atingido 90% da cobertura da rede de esgoto, resultado de uma Parceria Público-Privada (PPP). Além disso, garantiu orientar e notificar munícipes que não destinam o material de maneira correta.
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