Um golfinho foi encontrado morto preso em uma rede de pesca, na manhã deste domingo (6), perto da Ilha do Cachorro, em Vitória. O animal foi achado por um grupo de remadores de canoa havaiana que estava na região.
A região é considerada uma Área de Proteção Ambiental (APA) e o uso de rede de pesca, utilizada por pescadores que a deixam durante todo o dia no mar e a retiram de madrugada, é proibida por lei. De acordo com o Projeto Pegada, a APA vai da Ilha do Frade até o final da Praia de Camburi, próximo à Vale.
Even Aguiar, do Projeto Amigos da Jubarte e Golfinhos do Brasil, explica que o animal era um boto-cinza, da espécie Sotalia guianensis, que também pode ser chamado de golfinho. Ele estava boiando sem vida em uma área onde os outros botos nadavam.
Ela ressalta que os golfinhos são uma espécie mais oceânica e tem um porte maior, além de serem mais comuns em mar aberto. Por outro lado, o boto tem um porte menor.
“É muito comum encontrarmos botos aqui na costa, principalmente na região da mineradora. O Projeto Golfinhos analisa criar uma rota de observação de golfinhos na região devido ao grande número de animais”, explicou.
Na região onde o animal foi encontrado havia outros botos que nadavam próximos às ilhas e praias da Capital. O corpo do mamífero foi levado para o CTA - Serviços em Meio Ambiente para ser verificada a causa da morte.
A Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam) informou que técnicos da pasta analisam a causa da morte do animal. Assim que a análise técnica for concluída haverá um novo pronunciamento, segundo a secretaria.
Já a Polícia Militar Ambiental informou que realiza policiamento constante na Baía das Tartarugas e várias redes já foram apreendidas no local.
As redes de pesca são ilegais e não podem ser usadas em Área de Proteção Ambiental. Os grupos que fazem o resgate dos animais dizem que também são encontradas arraias e tartarugas mortas pelo equipamento de pesca. Quem usa este tipo de equipamento está cometendo crime ambiental, previsto na Lei nº 9.687, de 5 de outubro de 2020.
A diretora de comunicação do Projeto Pegada, Fabiana Franco, ressalta que redes de pesca, embarcações rápidas e lixo marinho podem representar grande risco a esses animais que nascem, se alimentam, se reproduzem e moram em regiões costeiras do Espírito Santo.
Quem ver um animal marinho, vivo ou morto, deve chamar equipes técnicas para fazer o resgate. O contato pode ser feito pelo telefone 0800 039 5005. Os profissionais fazem a necropsia para identificar a causa da morte.
“É necessário ter cuidado no resgate dos animais. Muita gente briga pela Amazônia, mas não pelo que acontece no mar”, alerta Fabiana.
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