“Amanhã começa o final de semana, vamos ter fiscalização, mas é importante que não haja aglomeração. Não leve cadeira, guarda-sol, evitem esportes coletivos. Se puder, não vá à praia”. O apelo foi feito pelo governador Renato Casagrande, em pronunciamento no final da tarde desta sexta-feira (19), quando pediu à população que se for possível, fiquem em casa cumprindo a quarentena de 14 dias para reduzir o contágio pelo novo coronavírus.
Ele destacou que a pressão sobre o sistema de saúde, público e privado, tem aumentado todos os dias. Nos hospitais públicos relatou serem internados, diariamente, mais de 100 pessoas com a Covid-19. E adiantou que nem a abertura de novos leitos será suficiente.
“Nós estamos fazendo a nossa parte, abrindo os leitos. Há uma semana tínhamos 724 leitos de UTI. Hoje já estamos com 770, e vamos chegar até final de março com 844. Mas ainda assim a ocupação continua elevada, com mais de cem pacientes que são internados por dia”, relatou Casagrande.
Nesta sexta-feira (19) o estado bateu mais três tristes recordes: alcançou 701 pacientes internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 604 em leitos de enfermaria – totalizando, pela primeira vez, mais de 1.300 internados na rede pública do Estado destinada à Covid-19. Os maiores números de toda a pandemia.
Um reflexo da velocidade do crescimento das internações devido ao contágio pelo novo coronavírus. Há cerca de uma semana, essas quantidades ainda giravam em torno de 600 pessoas nas UTIs e 500 nas enfermarias.
Casagrande também pediu a compreensão de quem está sendo afetado pelas medidas restritivas impostas pela quarentena de 14 dias, como os comerciantes, prestadores de serviços dentre outros representantes de atividades econômicas. Assinalou que as medidas adotadas são polêmicas, mas corretas, justas e necessárias para preservar vidas.
O governador acrescentou ainda que até o momento o Estado tem conseguindo atender a todos os pacientes com leitos hospitalares, mas que pode chegar um momento em que isto não será mais possível.
“Precisamos da ajuda e da colaboração de todos. Até agora conseguimos dar dignidade a todos, acolhendo em leitos todos os capixabas. Mas precisamos reduzir a interação para evitar o contágio. É muito importante, porque daqui a pouquinho podemos não ter leitos para todo mundo. Esta é a realidade que estamos enfrentando. Temos repetido, até cansa, mas como o vírus não cansa da gente, nós também não podemos cansar”, destacou.
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