Após uma reunião realizada com representantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), na última segunda-feira (25), o governador Renato Casagrande entrou em contato com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para reforçar a necessidade de debate com a comunidade universitária e a sociedade sobre a possibilidade de desmembramento da instituição. Casagrande, no entanto, através de sua assessoria de imprensa, disse que apoia a criação do novo formato, desde que não fragilize a Ufes.
O reitor Paulo Vargas e demais representantes da Ufes, por sua vez, manifestaram ao governador no encontro uma posição contrária ao desmembramento. A preocupação decorre da possibilidade de a criação de outra instituição, a partir do desmembramento do campus de Alegre, não oferecer benefício ao sistema educacional e à população, uma vez que não resulta na ampliação da oferta de vagas e de cursos, e no incremento da pesquisa e da extensão, além de não apresentar um projeto articulado ao desenvolvimento da região Sul e do Estado.
Até então, a Ufes afirma que não vem havendo diálogo junto ao Ministério da Educação sobre o assunto, mas que, pelo que tem sido anunciado, estão previstos, unicamente, investimentos na criação de cargos de direção, funções gratificadas e de poucos técnicos necessários à constituição da administração central da nova instituição, sem contratação de novos docentes e técnicos para os atuais centros de ensino ou investimentos em infraestrutura física e equipamentos.
Segundo a assessoria da Ufes, também foi demonstrado ao governador que a forma como o projeto vem sendo colocado, sem debate e sem transparência, não deixa claros os cenários futuros para as duas instituições, a Ufes e a que se propõe instituir. Paulo Vargas expressou o receio da comunidade universitária de que a retirada de uma parte da Ufes resulte no seu enfraquecimento, o que seria prejudicial não apenas para a instituição, mas também para o Espírito Santo.
Por outro lado, conforme foi salientado por representantes da Ufes, a nova instituição criada, considerando o seu porte e o conjunto de carências que pode acumular, além da dificuldade de financiamento e manutenção, captação de recursos para ações de pesquisa e extensão, corre, inclusive, o risco de ver diminuída a atratividade dos cursos ofertados atualmente no âmbito do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Foi então que o governador se propôs a viabilizar uma interlocução com o Ministério da Educação, de modo a possibilitar o diálogo e a exposição das preocupações manifestadas pelos dirigentes da Ufes.
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