O novo Mapa de Risco da Covid-19 no Espírito Santo foi anunciado na tarde desta sexta-feira (20) pelo governador Renato Casagrande. Nele cinco municípios aparecem em risco moderado, sendo três deles da Grande Vitória. São eles: Vitória, Cariacica, Viana, Barra de São Francisco e por último, Ecoporanga, que está há cinco semanas nesta posição.
São cidades onde alguns segmentos passam a sofrer restrições a partir da próxima segunda-feira (23). Mas, ao contrário das semanas anteriores, esta modalidade de risco moderado também passou por alterações, com as restrições valendo para o segmento de bares e restaurantes, eventos corporativos e escolas.
O objetivo, segundo Casagrande, é um controle maior das aglomerações e a contenção do avanço de novos casos de contaminados pela Covid-19 nos segmentos que não estão respeitando os protocolos de segurança sanitária.
Com a mudança, bares e restaurantes vão poder funcionar de segunda a sábado até as 22h. Já nos domingos será até as 16h. Fizemos essas alterações no sentido de estabelecer uma limitação, mas que permite o funcionamento nesse momento", esclareceu o governador.
O setor está sofrendo com mais restrições, segundo o governador, porque não se manteve controlado. As pessoas, logicamente, precisam tirar as máscaras, confraternizam muito mais, se aproximam muito mais; falta esse cuidado para evitar o contágio.É um sinal de que nós precisamos tomar mais cuidados, especialmente nos locais em que temos que tirar as máscaras, e restaurantes e bares são dessa forma", explicou Casagrande.
Os eventos corporativos também vão sofrer restrições. No risco moderado, nós não tínhamos uma limitação para eventos corporativos, mas agora há o limite de 300 pessoas, sempre respeitando o espaçamento mínimo já estabelecida para os eventos sociais", disse Casagrande.
Também nas cidades que estão em risco moderado, para a educação básica, as escolas da rede pública e da rede privada voltam ao ensino remoto, como já era previsto em norma anterior. Só ficam liberadas de funcionamento presencial as instituições em cidades de risco baixo. A exceção é o ensino superior que pode manter as atividades presenciais.
O governador adiantou que o comércio, um ambiente considerado mais controlado, não sofrerá alterações nas regras a eles estipuladas. Nesta fase, nós não alteraremos as atividades do comércio para quem for classificado para risco moderado. Será permitido o funcionamento normal, seguindo os protocolos já adotados (limite de pessoas por metro quadrado, uso de máscara, distanciamento e álcool em gel), pontuou Casagrande.
Foi informado ainda que, com o acompanhamento desta etapa da pandemia, que voltou a apresentar um crescimento de casos, mudanças das medidas qualificadas que são atribuídas a cada um dos níveis de risco do Mapa de Risco, podem ocorrer, praticamente, toda a semana.
As medidas qualificadas são as que a gente adota e mudávamos pouco, com relação a restrições sociais e econômicas. Elas diferem de acordo com o risco. Toda semana teremos um novo mapa de risco e poderemos ter mudanças nessas medidas", adiantou Casagrande.
As mudanças anunciadas nesta tarde decorrem da sinalização dos dados da doença. Segundo o governador, na primeira fase da onda da pandemia, até o mês de julho, houve crescimento dos casos, com desaceleração a partir de agosto. Em outubro e novembro, os números voltaram a crescer, embora não com a mesma intensidade de antes.
Ainda assim, as estatísticas têm revelado mais casos ativos nos últimos 28 dias. Há um mês e meio estava em torno de 4 mil casos, e agora está em torno de 5 mil casos. Contagiados por dia, chegamos a 500 ou 600 e hoje (sexta-feira), estamos identificando 1.000 por dia, informou Casagrande, acrescentando ainda que a média móvel de óbitos de 14 dias também apresentou alteração. Já chegamos a nove e agora estamos entre 12 e até 13."
Outra grande preocupação é com a taxa de ocupação de leitos de UTI, que já está próxima do nível de alerta. No novo Mapa de Risco, que vale a partir da próxima segunda-feira (23), a taxa de ocupação dos leitos de UTI potenciais aparece em 49,2%. "Essa ocupação, na hora que chegar a 50%, mais municípios, por esse motivo, serão enquadrados e classificados como risco moderado. Alguns até em risco alto, se continuarmos com essa alta de casos", alertou Casagrande.
O aumento do número de casos e de óbitos, causados pelo desrespeito aos protocolos sanitários, causa uma pressão no sistema de saúde, explicou Casagrande.
O que é um problema em decorrência doa necessidade de atendimento de outras doenças. No auge da pandemia suspendemos cirurgias eletivas; o trânsito era reduzido, então tínhamos poucos acidentes; e as crianças não iam para as escolas. Agora não, nós temos a Covid-19 e todas as outras enfermidades e problemas de acidente ou violência. A pressão sob o sistema de saúde é muito forte nesse momento", ressaltou Casagrande.
O governador ponderou ainda que nos cansamos de tantos protocolos e acabamos nos acomodando. Uma acomodação que levou a uma maior interação, aglomeração e ao contágio. Agora, estamos correndo o risco de ter uma maior pressão no sistema de saúde, reafirmou o governador.
Ao final do seu pronunciamento, Casagrande pediu um cuidado maior com os protocolos sanitários, com o uso de máscara, higienização das mãos, o distanciamento social e que se evite aglomerações. "Não temos nenhuma previsão de restrições maiores às atividades, mas podemos mudar a cada semana. Elas serão maiores ou menores de acordo com o nosso comportamento, dos capixabas", frisou o governador.
Casagrande destacou ainda que precisamos de muita empatia, de uma pessoa se colocar no lugar da outra, ao falar sobre os dados de contaminação no Estado. No mês de outubro, mais de 60% das pessoas contagiadas, segundo exames feitos no Laboratório Central (Lacen), tinham idade média de 29,5 anos.
Por outro lado, mais de 60% das pessoas internadas em UTI tinham mais de 45 anos de idade. Então, os jovens são mais resistentes, às vezes, por isso saem mais e interagem mais. Mas, muitas vezes, acabam levando a doença para dentro de casa ou contagiando alguém de mais idade. É importante termos empatia. Essa doença exige essa corresponsabilidade", advertiu o governador.
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