O governo do Estado descarta a adoção de lockdown no Espírito Santo na próxima semana. O bloqueio total de atividades, que seria a medida mais restritiva para conter o avanço do coronavírus em território capixaba, é considerado desnecessário neste momento em função da ampliação da oferta de leitos de UTI, diminuindo a pressão sobre o sistema de saúde.
O secretário de governo, Tyago Hoffmann, ressalta que o Estado recebeu, nesta semana, 60 novos respiradores, equipamentos imprescindíveis para abertura de leitos de terapia intensiva, dos quais 30 já estão em operação e os demais serão instalados até sábado (30) em hospitais da Grande Vitória. Os aparelhos fazem parte de um lote adquirido na Itália. Outros 90 estão programados para a primeira quinzena de junho e mais 100 para julho.
Com a abertura de mais leitos, a taxa de ocupação diminui e afasta o risco de lockdown nos próximos dias. Para a decretação de um bloqueio total de atividades - comércio, serviços e algumas indústrias - o indicador tem que ser superior a 91%. Nesta quinta-feira (28), está em 77,12%.
Hoffmann destaca que a taxa de isolamento social ainda está longe do ideal - o mínimo seriam 55%, porém a ocupação agora nos hospitais permite que o Estado mantenha as medidas atuais, sem a necessidade de ações mais rigorosas.
"Teremos essa definição 100% de amanhã (sexta) para sábado, quando os números são fechados, mas para aplicar o lockdown na semana que vem só mesmo se ocorrer uma catástrofe. Com os dados do dia, temos bastante segurança para afirmar que não será necessário", ressalta.
O secretário aponta, ainda, que tanto a adoção de medidas mais rigorosas, como o lockdown, quanto a flexibilização de ações já implantadas são definidas a partir de critérios técnicos, considerando a nova matriz de risco apresentada pelo governo nesta semana.
A análise é feita utilizando, além da taxa da ocupação de leitos e de distanciamento social, a incidência da Covid-19 nos municípios e o percentual de pessoas com mais de 60 anos. É a combinação desses fatores que orienta a administração.
"As medidas não são políticas, e sim técnicas. O modelo não é usado por nós por conveniência, mas de forma que tenhamos a gestão de risco do Espírito Santo. Para adotar as medidas mais restritivas ou liberalizantes, do ponto de vista econômico e de circulação de pessoas, as decisões se baseiam na matriz. Nenhum capixaba será surpreendido com uma medida abrupta do governo", garante Hoffmann.
REDES SOCIAIS
As considerações do secretário têm uma razão de ser. Estão circulando em redes sociais e em mensagens por aplicativo que o Espírito Santo já vai adotar o lockdown , e que a população deveria fazer estoque de alimentos. Hoffmann assegura, inclusive em vídeo institucional, que não passa de fake news.
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