A convivência com a pandemia do novo coronavírus que deve durar até a chegada de uma vacina e a retomada gradual das atividades econômicas provocam um grande dilema para a mobilidade urbana da Grande Vitória: como manter os ônibus sem aglomeração com o crescimento gradativo do número de passageiros que voltam ao trabalho presencial e dependem do transporte público?
Uma das apostas da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) é a redução no tempo das viagens para que um mesmo ônibus consiga fazer um trajeto mais vezes ao longo do dia, aumentando a oferta. Titular da pasta, o secretário Fábio Damasceno diz que dialoga com as prefeituras da região uma proposta de implantação de faixas exclusivas para os ônibus nesses municípios, semelhante ao que foi feito em Vitória com a Linha Verde, na orla de Camburi e na avenida Desembargador Santos Neves, no acesso à Terceira Ponte.
Damasceno diz que a secretaria fez estudos que concluíram que os ônibus conseguiram fazer até o dobro de viagens na pandemia sem os congestionamentos que travam o trânsito na Grande Vitória.
"Em trechos que se tinha a velocidade de 11, 12 km/h em horário de pico, estamos atingindo a velocidade de 20, 25 km/h, como nas avenidas Vitória, Reta da Penha e Jerônimo Monteiro. São velocidades de faixas exclusivas. Qual a importância disso? Com frota menor consegue ofertar mais espaços em locais dentro do ônibus em função dessa priorização porque enquanto um ônibus fazia duas viagens nos dias normais, hoje ele faz quatro, cinco", aponta Damasceno.
Entre os pontos analisados pela pasta, estão as avenidas Vitória, Fernando Ferrari, Reta da Penha, César Hillal, Jerônimo Monteiro e Princesa Isabel, em Vitória. Mas o secretário destacou, porém, que ainda não há definição e que a discussão também é feita com outros municípios.
"Estamos conversando com as prefeituras. Se nós efetivamente implantarmos mais linhas verdes, mais priorização do transporte, com a mesma frota, conseguimos ofertar mais 20, 25, 30% dos assentos nos ônibus porque eu consigo com um ônibus que faria, fora da pandemia, duas viagens, fazer quatro", argumenta.
A implantação de faixas exclusivas para ônibus já foi mencionada na gestão passada do governo do Estado, com a citação de um projeto que visava inserir uma faixa para coletivos na Terceira Ponte, BR 101, Avenida Fernando Ferrari, Reta da Penha e avenidas no Centro de Vitória.
O Sistema Transcol tinha mais de 600 mil passageiros antes da pandemia. Atualmente, por conta das restrições de funcionamento de atividades econômicas, essa demanda está 55% abaixo do normal no início da pandemia a redução chegou a 75%.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta