As atividades escolares presenciais para alunos da educação infantil das redes pública e privada, que compreende a faixa etária de 0 a 5 anos, serão suspensas no Espírito Santo. A decisão foi anunciada durante coletiva de imprensa dos secretários estaduais da Saúde, Nésio Fernandes, e da Educação, Vítor de Angelo, e é válida a partir desta segunda-feira (15). A medida foi tomada por conta do aumento dos casos de doenças respiratórias, mais frequentes em março e abril, e da alta no índice de internação pediátrica no Estado.
Para que haja um período de adaptação das famílias, porém, o governo do Estado estabeleceu um prazo de três dias para que as atividades escolares sejam suspensas definitivamente, e tanto os alunos quanto os pais possam se organizar. O secretário Vítor de Angelo ainda pontuou que a medida serve para todos os municípios, não apenas naqueles classificados em risco alto de transmissão no mapa de risco. A suspensão tem validade de 21 dias, a contar desta segunda.
Nésio, por sua vez, argumentou que, neste período do ano, há uma incidência maior de doenças respiratórias e que, segundo o secretário da Saúde, as crianças na faixa etária de 0 a 5 anos são as mais suscetíveis a contrair essas doenças e evoluir para um estado mais crítico.
"Nós temos uma incidência maior de doenças respiratórias graves em crianças de até 5 anos que ocorrem nessa época do ano. Essa faixa etária está mais suscetível à doença e é quem evolui para uma doença mais crítica. Me refiro especificamente à faixa etária inferior aos 5 anos, que são mais suscetíveis a uma evolução para um quadro crítico", afirmou.
Além disso, o secretário da Saúde alegou que houve um aumento repentino no número de internações em leitos pediátricos no Espírito Santo, o que também motivou a decisão de suspender as atividades escolares. Segundo Nésio, esse índice atingiu 90%, não apenas por conta da Covid-19, mas também por outros agentes infecciosos, como a gripe comum.
"Desde ontem (13) e na manhã de hoje (14), foi construída uma posição comum da Sesa, da Sedu, junto com o MPES, Undime, com o sindicato das escolas particulares de ensino, em virtude da ocupação sustentada superior a 90% nos leitos pediátricos e com um aumento muito abrupto das unidades pediátricas inferiores a 5 anos. Com o aumento da circulação não só da Covid-19, temos a circulação de outro agente endêmico que se manifesta nessa época do ano. E em virtude do aumento rápido das doenças respiratórias, foi construída a posição de suspender a educação de ensino até os 5 anos na rede pública e particular do Estado", explicou.
Apesar do aumento destes indicadores, Vítor de Angelo deixou claro que não há uma tendência de aumento no número de casos de Covid-19 entre alunos da rede pública de ensino. Segundo o secretário, foram 42 alunos infectados desde a retomara das aulas no dia 4 de fevereiro, o que representa 0,06% dos cerca de 64 mil que retornaram às escolas. Entre os professores, foram 31 casos positivos, o equivalente a 0,25% entre os 12, 6 mil que estão em atividade presencial.
O secretário da Educação reconheceu também que a decisão da suspensão das atividades escolares gera reações distintas, com grupos que defendem e outros contrários à medida. Vítor de Angelo reiterou, porém, que este é o momento certo para tomar essa decisão.
"Estamos tomando essa decisão por dados técnicos. Não é fácil tomar essa decisão, mas passar desta data para tomar essa decisão, nos levaria, em poucos dias, a uma situação mais grave", argumentou.
As medidas restritivas vão se estender também para outros segmentos que atendem crianças na faixa até os cinco anos, como espaços kids e cerimoniais. As regras para esses setores serão divulgadas pelo governo do Estado ao longo desta semana.
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