Ao anunciar a quarentena de 14 dias na terça-feira (16), Casagrande afirmou que as aulas presenciais em todo o Estado seriam suspensas a partir desta quinta-feira (18). No entanto, em decreto publicado nesta quarta-feira (17), foi incluído que a obrigatoriedade do retorno ao sistema remoto passou a ser válida a partir de segunda-feira (22). O texto foi atualizado.
As aulas presenciais nas redes pública e privada foram suspensas em todo o Espírito Santo. A medida faz parte da ‘quarentena’ de 14 dias, mas, excepcionalmente, terá início obrigatório apenas a partir da próxima segunda-feira (22). As demais restrições decretadas pelo governador Renato Casagrande, para conter o avanço do novo coronavírus, começam a valer já nesta quinta-feira (18) e vão até o dia 31, de acordo com anúncio do chefe do Executivo estadual.
De acordo com a Sedu, as escolas podem funcionar até sexta-feira (19) com aulas presenciais, devendo ter estas atividades suspensas na segunda-feira (22). Já no caso das escolas estaduais, foi decidido que elas abrirão nesta quinta e sexta, no entanto, sem aulas, mas somente com funcionamento voltado para procedimentos de organização interna.
A suspensão atinge todos os níveis educacionais, da fase infantil até o ensino superior. De acordo com o pacote denominado “Medidas restritivas do risco extremo para o enfrentamento da Covid-19”, foram suspensos ainda os cursos livres presenciais. Já as atividades educacionais presenciais (capacitação e treinamento) das áreas de saúde e segurança pública estão autorizadas.
O anúncio do governador decorre do aumento de contagiados e de óbitos pela Covid-19, além do crescimento contínuo da procura por leitos hospitalares que atingiu os 91% de ocupação. Pelo segundo dia consecutivo, a busca superou a marca dos 150.
Medida semelhante foi adotada no início da pandemia, em março de 2020. A rede privada foi a primeira a retomar as atividades em sistema remoto, acompanhada posteriormente pela rede pública.
Foi somente no último trimestre do ano passado que as atividades presenciais começaram a ser retomadas, gradativamente, mas com a adoção do sistema híbrido, com parte dos alunos em sistema remoto e parte presencialmente.
Desde o mês de fevereiro deste ano, as escolas públicas, municipais e estaduais, começaram a retornar ao ensino presencial, mesmo que de forma híbrida. A exceção ocorria nas cidades que entravam em alerta de risco, apontado pelo Mapa de risco para a Covid-19 no Estado.
Foi o que aconteceu na última sexta-feira (12) com 17 cidades capixabas e que passaram para o risco alto, onde estava prevista a suspensão das aulas presenciais.
Ocorre que nesta terça-feira a situação voltou a piorar, com o aumento do número de contagiados e de óbitos pelo novo coronavírus, além da ocupação de leitos hospitalares atingir a marca de 91%, gatilho para o acionamento de medidas mais restritivas.
A Secretaria Estadual de Educação (Sedu) não informou como as medidas vão ser adotadas nas escolas da rede pública. Disse apenas que “está sendo feito alinhamento na rede de ensino. Os detalhes serão divulgados nos próximos dias”.
De acordo com o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Espírito Santo (Sinepe-ES), Moacir Lellis, as novas medidas vão impactar cerca de 600 mil pessoas no Estado, entre os alunos e seus familiares além das equipes das escolas da rede privada.
Explica que a partir de segunda-feira (22) todas as unidades vão retomar ao ensino remoto, seguindo a ‘quarentena’ determinada pelo governo. “Faremos amanhã (17) uma reunião com os mantenedores e diretores das unidades para sanar algumas dúvidas”, explicou.
Em 2020, segundo Lellis, a rede privada fez um grande investimento para viabilizar o ensino remoto. Observa que a partir de setembro de 2020 as atividades presenciais começaram a ser retomadas e que hoje cerca de 90% dos alunos comparecem à escola. “Em apenas 10% dos casos os pais optaram por permanecer em sistema remoto, com transmissão simultânea das aulas”, relata.
Porém, sua preocupação é com a educação infantil. Apesar das plataformas de boa qualidade, relata que as crianças até 5 anos têm dificuldade de permanecer muito tempo em frente a um computador. “Os pais acabam retirando as crianças das escolas e sem criança, não há escola”, pondera.
Mas, destaca ele, a medida é importante diante dos elevados riscos. “O momento é crítico e precisamos dar a nossa contribuição”, assinala
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