O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019, divulgado nesta terça-feira (15), colocou o Espírito Santo na liderança entre os Estados com melhor desempenho no ensino médio, junto a Goiás, e em segundo no ranking de redes estaduais. Mesmo com o bom resultado, há desafios de aprendizagem a serem superados, e que ganham uma dimensão ainda maior com a crise provocada pela Covid-19. Para reduzir os impactos da pandemia na Educação, o governo do Estado vai atrás dos alunos que saíram da escola.
Isso porque, além da proficiência dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática, outro elemento do Ideb é o fluxo, ou seja, a taxa de aprovação, que desconta reprovação e evasão escolar, na etapa de ensino avaliada. A prova é aplicada a cada biênio, para turmas do 4º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do médio, e a próxima avaliação será feita em 2021.
"Devemos ter em mente que o Ideb não vai, necessariamente, cair, mas é a tendência. Ninguém se engane porque duas principais consequências da pandemia para a educação são os prejuízos para a aprendizagem e a evasão, ou seja, dois componentes do Ideb. Então, a tendência é que haja queda, com prejuízo para as redes pública e privada, mas especialmente para a educação pública", avaliou o secretário estadual da Educação, Vitor de Angelo, em coletiva na tarde desta terça-feira.
Para minimizar os efeitos desse período, afirmou Vitor de Angelo, a equipe da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) vai reforçar a estratégia de busca ativa de alunos que evadiram ao longo dos últimos meses, cujo monitoramento vem sendo realizado desde o início da pandemia.
"E vamos fazer diversas ações pedagógicas para tentar a recuperação do aprendizado para que os alunos estejam em condições de fazer a prova do ano que vem", frisou.
O secretário observou que o desafio é grande porque, em 2021, não se trata apenas de promover reforço para os alunos que, eventualmente, apresentarem déficit de aprendizagem, mas é garantir o conhecimento de conteúdos que sequer puderam ser dados em 2020.
"Infelizmente, os prejuízos serão mais fortes para a educação pública, e os Estados que têm rede privada em maior percentual tendem a ter uma vantagem relativa na próxima avaliação. Nós, como rede, estamos reconhecendo essa situação, e tomando isso para nosso desafio. Não estamos considerando como 'favas contadas', mas sendo realistas. Trabalharemos muito duro como governo e secretaria para não permitir que isso (os bons resultados) se perca. É também preciso aproveitar o embalo das conquistas e tentar mantê-las", argumentou.
O governador Renato Casagrande, também em coletiva, acrescentou que o retorno das atividades presenciais deverá contribuir com a melhoria do processo de ensino-aprendizagem na rede estadual.
"Estamos na torcida para continuar reduzindo a taxa de contágio, que já está bem menor, e também o número de óbitos, para voltar a atividade presencial", pontuou. Mesmo que o Estado tenha viabilizado as atividades remotas desde o início da pandemia, reforçou Casagrande, a retomada das aulas nas escolas consolida o vínculo dos alunos e suas famílias com a instituição de ensino.
"Quanto mais rápido puder voltar com aulas presenciais, mesmo em dias alternados, ajudará um pouco mais no fortalecimento do vínculo e aprendizado ainda no ano de 2020, que não terminou. Há um esforço gigantesco da nossa equipe para que, também no ano que vem, recupere um pouco do que foi perdido neste ano", finalizou. Há uma expectativa, do próprio governo, que as turmas de ensino médio possam retomar as atividades em outubro.
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