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Gravidez rara: gêmeos de capixaba nascem nos EUA no dia de Natal

Gravidez rara: gêmeos de capixaba nascem nos EUA no dia de Natal

Os bebês de Amanda Altoé e Rafael Bispo, ambos de 40 anos, nasceram nas primeiras horas deste sábado (25); ambos  estão na UTI neonatal se recuperando de um parto prematuro, mas passam bem

Publicado em 25 de dezembro de 2021 às 17:26

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Amanda Altoé sofreu dez abortos e, há sete meses, descobriu a gravidez de gêmeos
Amanda Altoé sofreu dez abortos e, há sete meses, descobriu a gravidez de gêmeos . (Acervo pessoal)

O casal Amanda Altoé e Rafael Bispo, ambos administradores e com 40 anos, receberam um presente inesperado nas primeiras horas do dia de Natal: o nascimento de seus filhos gêmeos, Eric e Thiago. O parto ocorreu no Estado de Utah, nos Estados Unidos (EUA), onde vivem.

Foi mais uma das muitas surpresas que marcaram a vida do casal na última década. A gravidez era rara, considerando que Amanda já tivera outras dez perdas, em abortos que aconteceram entre os anos de 2009 e 2021. Ela sofre ainda de uma doença rara que a impedia de engravidar com facilidade.

O casal Amanda Altoé e Rafael Bispo, ambos administradores e com 40 anos, receberam um presente inesperado nas primeiras horas do dia de Natal: o nascimento de seus filhos gêmeos, Eric e Thiago.
Gêmeos de capixaba, Eric e Thiago se recuperam em UTI neonatal do parto prematuro . (Arquivo familiar)

Eric nasceu às 2h32, de parto normal. Já Thiago, que enfrentou dificuldades com o cordão umbilical na hora do parto, precisou de uma cesárea, e nasceu às 3h.

“A expectativa era de que nascessem com 32 a 34 semanas, mas aconteceu com 27 semanas e 3 dias. Passei por duas emoções, de parto normal do Eric, que nasceu com 690 gramas, e foi intubado. Já o Thiago veio em uma cesárea, com 910 gramas, e recebe ajuda de outro aparelho para respirar. Ambos estão na UTI neonatal, mas estão bem”, explica a mãe.

Amanda conta que foi internada no dia 13 de dezembro, quando a bolsa de um dos bebês se rompeu. A expectativa era de conseguir manter a gravidez por mais tempo, mas o parto precisou ser antecipado. Ela se recupera em um quarto e deve receber alta em breve.

“Meus filhos vão permanecer no hospital até março, entre os dias 19 e 23. Aqui (nos EUA) eles só liberam prematuros extremos, como é o caso deles, quando completam 40 semanas. Precisam ganhar peso. A expectativa é grande, mas estou confiante”, conta a administradora.

O casal Amanda Altoé e Rafael Bispo, ambos administradores e com 40 anos, receberam um presente inesperado nas primeiras horas do dia de Natal: o nascimento de seus filhos gêmeos, Eric e Thiago.
Primeira visita de Amanda aos filhos. (Arquivo familiar)

O nome das crianças já havia sido escolhido pelo casal há alguns meses. Eric foi pela simplicidade do nome. Thiago é uma homenagem ao único irmão de Amanda, que morreu em um acidente. Ela possui outra irmã que também está de mudança para os EUA. Sua mãe, Marli Altoé,  ficará com ela por pelo menos um ano.

O casal mora no condado de Provo, no Estado de Utah, próximo ao hospital onde o parto foi realizado. “Qualquer mãe ficaria desesperada nesta situação, mas eu me sinto tranquila. Era meu sonho ter um filho, e Papai Noel trouxe dois”, brinca Amanda, que está sendo acompanhada pela mãe.

amanda altoé e rafael bispo, 40 anos, moram nos EUA
Amanda e Rafael  descobriram gravidez de risco aos 4 meses. (Arquivo familiar)

FAMÍLIA SE PREPARAVA PARA MUDAR DE CASA

Como a expectativa era de que os bebês nascessem no final de fevereiro ou março, Amanda e Rafael tinham decidido mudar para uma casa maior e tinham programado a mudança para o dia 31.

“Agora vamos contar com a ajuda dos amigos, que vão realizar a nossa mudança. Quando os bebês receberem alta, já vão para a casa nova. Ainda vou terminar de arrumar tudo”, explica Amanda.

O marido de Amanda, relata ela, chorou muito após o nascimento das crianças. “Ele chegou a passar mal”. Ele retorna ao trabalho, onde atua como administrador em uma empresa que produz placas de sinalização, no dia 3 de janeiro.

Para Amanda, sua gravidez rara é um exemplo de superação. Ela surgiu de forma natural, após uma sucessão de abortos. “Descobrimos quando eu já estava com quatro meses, e aos 40 anos. Digo para outras mulheres que também enfrentam dificuldades para não desistirem do sonho de ser mãe. Quando menos esperarem pode acontecer”, diz.

Amanda Altoé sofreu dez abortos e, há sete meses, descobriu a gravidez de gêmeos
Imagem de ultrassom que revelou gravidez de gêmeos de Amanda Altoé . (Acervo pessoal)

DOENÇA RARA DIFICULTAVA A GRAVIDEZ

A capixaba disse que sofreu os dez abortos de 2009 a 2021. O que ela e o marido não esperavam era que a 11ª gravidez ia dar certo. "Para nossa surpresa, vieram dois. Não esperávamos nem um, porque sempre que seguíamos para  fazer o ultrassom, o coração já tinha parado de bater", contou.

Após a série de abortos que preocupou o casal, foi nos EUA que eles descobriram o que poderia estar acontecendo e  o diagnóstico de Amanda: útero bicorno.

Em entrevista para A Gazeta, no início do mês,  a médica ginecologista e obstetra Mariana Arrabal, explicou  que o útero bicorno é uma má formação congênita que acontece desde a concepção. A chance de uma pessoa com útero bicorno engravidar é de 1 em 50 milhões.

"Nessa má formação, o útero se funde e forma dois cornos. Chamamos de formado de coração. É importante os casais, que tiveram mais de dois abortos, irem atrás da causa disso", completou.

Amanda Altoé sofreu dez abortos e, há sete meses, descobriu a gravidez de gêmeos
Imagem mostra como é útero bicorno (útero de funde e forma dois cornos). (Reprodução | TV Gazeta)

APÓS CAPIXABA ENGRAVIDAR, MARIDO FEZ VASECTOMIA

À reportagem,  Amanda contou que ela e o marido já tinham desistido da gravidez, já que o marido já estava até com uma cirurgia de vasectomia agendada quando descobriram a nova gravidez. "Ficamos surpresos na hora da ultrassonografia, já tínhamos certeza de mais um aborto", falou.

Amanda Altoé sofreu dez abortos e, há sete meses, descobriu a gravidez de gêmeos
Amanda Altoé comemorando a gravidez de gêmeos. (Acervo pessoal)

Ela detalhou que o marido já não a acompanhava mais nas consultas por não saber lidar direito com as perdas. "Sempre foi mais difícil para ele. Ouvimos o coração e ele falou: 'Nossa, o coração ainda está batendo'. E o médico: 'O coração não, são dois'. Aí meu marido entrou em choque", completou a capixaba.

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Estou feliz em poder passar essa história porque acompanhamos muitas mulheres com perdas gestacionais e sofremos muito. O mundo não tem noção do que é um aborto. É bom contar para que as pessoas não desistam e busquem diagnóstico para realizar o sonho de ser mãe

Amanda Altoé
Administradora
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