Em decorrência da greve dos professores, que reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial, os portões da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) devem permanecer fechados no campus de Goiabeiras, em Vitória, pelo menos até a próxima sexta-feira (19), de acordo com a Associação dos Docentes da universidade (Adufes). No local, estão suspensas as atividades acadêmicas e administrativas.
Na segunda-feira (15), com o início da paralisação, todas as entradas da universidade foram bloqueadas, deixando cerca de 11 mil alunos de cursos superiores sem aula e sem acesso ao restaurante universitário (RU), bancários sem trabalhar e 445 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Experimental de Vitória sem acesso ao prédio escolar, situado dentro do campus.
Na ocasião, por conta do fechamento do RU, aproximadamente dois mil alunos do campus de Maruípe também foram prejudicados, já que o local conta com o envio de refeições preparadas em Goiabeiras e não pôde funcionar.
Já na terça-feira (16), o acesso foi parcialmente liberado no Portão Norte no campus de Goiabeiras, permitindo que o RU funcionasse, assim como as agências bancárias e a escola da prefeitura. Na manhã desta quarta-feira (17), a reportagem de A Gazeta constatou que os portões principais seguem fechados, mas que o RU funciona entre 11h30 e 12h30 para almoço, e entre 17h30 e 18h30 para jantar, enquanto as aulas seguem normais na escola municipal.
A reivindicação dos docentes é para 22,71% de reajuste salarial, dividido em três parcelas iguais em 2024, 2025 e 2026. Já o governo federal propõe reajuste zero para este ano e dois aumentos de 4,5% em 2025 e 2026. Os professores também cobram a equiparação dos benefícios e auxílios com os dos servidores do Legislativo e do Judiciário.
Na tarde de terça (16), os representantes da gestão da Ufes se reuniram com os membros do movimento grevista, solicitando a abertura dos portões de acesso ao campus de Goiabeiras, visando à “garantia do direito constitucional de ir e vir da comunidade”.
Segundo a Ufes, na ocasião também foi debatida a continuidade do acesso à escola municipal e o funcionamento do RU, assim como a abertura do Teatro Universitário para a realização de eventos acadêmicos e culturais previamente agendados, serviços realizados por empresas terceirizadas e o acesso dos diretores aos centros de ensino.
“Outro ponto abordado durante a reunião foi a participação de representantes estudantis no grupo de trabalho que acompanhará o movimento grevista dos docentes. Foi acordado que, assim como os professores, os estudantes terão quatro representantes. A Reitoria aguarda a indicação dos nomes dos docentes e dos estudantes que constituirão o grupo. Foi reiterada, ainda, a manutenção dos auxílios estudantis e das bolsas que estão sob a gestão da Ufes”, divulgou a universidade.
Além da atual greve dos docentes, servidores das áreas técnicas e administrativas da Ufes estão em greve desde março, também em busca de melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes), a principal reivindicação é a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnicos (PCCTAE) e o reajuste salarial de 34,32%, também defendido por outros servidores federais.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta