Os primeiros casos de gripe aviária no Brasil foram registrados no Espírito Santo. Nesta segunda, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou sobre a confirmação dos três casos de aves marinhas contaminadas pelo vírus da influenza aviária, o H5N1.
Dois animais são da espécie Thalasseus acuflavidus, conhecida trinta-réis-bando, e foram resgatados em Marataízes, e em Jardim Camburi, em Vitória.
O terceiro é uma ave migratória da espécie Sula leucogaster (atobá-pardo), que estava no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram) desde janeiro e foi infectada pelos dois trinta-réis-bando que chegaram ao Ipram. Os três ficaram debilitados e morreram dias depois da infecção.
Diante dos casos confirmados e dos riscos da doença ser transmitida para humanos, o que pode ocorrer em caso de contato com animais — mais de 50% de letalidade quando humanos são infectados pelo H5N1 — é importante entender como são identificados os animais doentes e o que fazer ao avistar uma ave doente.
O governo do Espírito Santo está atuando na prevenção do avanço do vírus e está definindo até esta quarta-feira (17) um local para atender outras aves que possam vir a apresentar sintomas.
Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, a previsão é que seja na Grande Vitória visto que o Ipram, onde estavam os animais que tiveram o vírus e morreram foram atendidos, está isolado e não pode receber novos animais. No local também há outras 30 aves que até agora não apresentaram sintomas e continuam em monitoramento.
Se a ave estiver fraca, é provável que ela seja vista "capotando" nas ondas, sendo jogada contra as pedras ou em repouso na areia da praia, sem esboçar reação com a aproximação das pessoas.
Ao avistar aves doentes, é recomendado acionar o serviço veterinário local ou realizar a notificação. Não se deve tocar ou recolher aves doentes.
No Espírito Santo, a recomendação é notificar ao Idaf, por meio de acesso ao site www.idaf.es.gov.br. É possível fazer a notificação também em algum escritório do Incaper da cidade ou na Secretaria de Agricultura municipal para que uma equipe veterinária vá até o local recolher o animal de forma segura.
Não, a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, de acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Panamá, Peru, Estados Unidos e Venezuela detectaram surtos do vírus da influenza A(H5N1) em aves domésticas, granjas avícolas e/ou silvestres.
Até agora, foram confirmadas duas infecções humanas na região: uma em abril de 2022 nos Estados Unidos e outra em 9 de janeiro de 2023 no Equador.
Embora as infecções humanas sejam menos frequentes, sempre que o vírus da gripe aviária circula entre as aves, há um risco de casos humanos esporádicos. Existe a possibilidade de estabelecer uma transmissão sustentada de pessoa para pessoa, o que pode levar a um surto ou até mesmo a uma pandemia.
A transmissão da gripe aviária para os mamíferos aquáticos na América do Sul provavelmente ocorreu por meio do contato com material infectante presente em aves selvagens mortas. Predadores e espécies carniceiras foram expostos ao vírus e isso pode ter sido a via inicial de infecção para os mamíferos aquáticos que habitam os mesmos ambientes, segundo informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Na América do Sul, foram relatados casos da variante H5N1 do IAAP em 12 leões-marinhos-sul-americanos, um pool de 5 leões-marinhos-sul-americanos, 1 golfinho-comum e 1 golfinho nariz-de-garrafa no Peru, além de 8 leões-sul-americanos e 1 lontra-marinha no Chile.
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