Apesar da baixa adesão na vacinação contra a gripe do Espírito Santo, em vários municípios têm sido registradas reclamações de moradores com dificuldades para ter acesso às doses que garantem imunidade contra o vírus da influenza. O problema atinge, principalmente, os idosos.
A dificuldade é que os idosos estão incluídos na segunda fase da 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que teve início nesta terça-feira (11). E para esta etapa, ainda em curso, o Ministério da Saúde não enviou todas as doses, como explica Danielle Grillo, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
“O Ministério da Saúde tem enviado lotes, semanalmente. Todos vão ser vacinados a medida que as doses da vacina forem chegando ao Estado e sendo disponibilizadas para os municípios”, explicou.
A vacinação contra a gripe foi iniciada no dia 12 de abril com a imunização de crianças de seis meses a 6 anos, gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filho nos últimos 45 dias), indígenas e trabalhadores da saúde. Para estes grupos, o Estado recebeu um total de 657.600 doses de influenza enviadas pelo Ministério da Saúde.
Nesta segunda fase, a imunização é destinada aos idosos acima dos 60 anos, estimados em 592.792 pessoas; e professores das redes estadual, municipais e privada, que somam 51.171. O problema é que para estes dois públicos as doses não foram entregues na totalidade. “O Ministério da Saúde ainda vai complementar as doses com a evolução da campanha”, explica Danielle.
A divisão da vacinação por grupos, sendo iniciada pelas crianças, gestantes e puérperas, indígenas e trabalhadores da saúde, teve relação com outra campanha, a de imunização contra a Covid-19.
“O objetivo era organizar a demanda. Naquela etapa, início de abril, idosos estavam recebendo a vacina contra Covid, e não pode ocorrer aplicação simultânea com a da influenza. Era preciso um intervalo de 14 dias. Por isto houve escalonamento e começamos com outros públicos”, informar a coordenadora.
A orientação da Sesa aos municípios é de que doses destinados aos grupos da primeira fase podem ser utilizadas para pessoas dos grupos da segunda fase, como os idosos. Mas isto só pode ser posto em prática se houver doses suficientes disponíveis para concluir a imunização dos primeiros grupos.
“As vacinas podem ser utilizadas com os grupos seguintes. Mas orientamos os municípios a não deixarem de ter as vagas para puérperas e crianças que não aderiram à vacinação e que precisam receber a imunização”, explica.
Mas se as doses destinadas ao público da primeira etapa forem utilizadas para imunizar os grupos seguintes, os municípios vão ter que fazer a compensação quando receberem novos lotes da vacina.
“Ainda não temos 100% das doses para os públicos da segunda etapa. A campanha ainda está em curso e os municípios vão abrir novas vagas à medida que novas doses sejam enviadas pelo Ministério da Saúde, o que tem ocorrido semanalmente, em pequenos lotes”, explica Danielle.
O objetivo da vacinação contra a influenza é a sazonalidade da doença, mais frequente nesta época do ano, e ainda o risco da circulação de dois vírus respiratórios: o da Covid-19 e o da gripe.
Segundo Danielle, a vacinação contra a gripe evita a ocorrência não só de casos da doença, mas ainda na forma mais grave que pode aumentar o número de internações e pressionar o sistema de saúde que ainda sofre com os reflexos da pandemia causado pelo novo coronavírus.
Ela destaca ainda que houve uma atualizada na vacina contra a influenza e lembra que a aplicada no ano passado já perde a sua validade. “Ela só protege por 6 a 12 meses, só para a temporada da sazonalidade da doença. E com a volta às aulas, a vacinação do público infantil é ainda mais importante”, informa.
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