Um projeto social desenvolvido por voluntárias de Jardim Tropical, na Serra, vem arrecadando doações, ao longo da quarentena, e entregando marmitas para a população carente e em situação de rua. O "marmitex solidária", como é chamado, foi criado por iniciativa de Marina Conceição, uma merendeira de 24 anos, a mãe dela, a dona de casa Gessionita, e mais quatro amigas, e já entregou, ao longo de pouco menos de dois meses, 12.700 refeições.
Marina contou que a ação, que teve início no dia 4 de abril, partiu da constatação de que muitas pessoas vinham sendo afastadas dos empregos, em virtude da crise financeira derivada da pandemia do novo coronavírus. Além disso, havia a necessidade de entregar a comida pronta para pessoas que não tinham como cozinhar.
De acordo com ela, o projeto começou bem espontâneo, da simples intenção de ajudar e do desespero no olhar das pessoas, que perdiam o emprego, por exemplo. "Criei um grupo no Whatsapp, juntei minhas amigas e a coisa foi crescendo, hoje estamos aqui diariamente. Hoje mesmo recebi até uma criança de 4 anos, pedindo marmita para ela e o pai", relatou.
A merendeira e produtora de eventos, contou que são várias as situações que levam as pessoas a precisarem da ajuda. "Tem gente com criança em casa e o gás acabou, gente que vem de outros bairros, gente desempregada. Nós não temos um cardápio específico, fazemos o que dá e recebemos doações. Quem nos doa são pessoas simples, não são parceiros grandes. Tem gente que doa um saco de arroz, farinha e vamos fazendo. No momento estamos cozinhando em um local emprestado, o qual teremos que desocupar até sábado (30), então estamos procurando um lugar para alugar", afirmou ela.
No momento, o projeto social fornece almoço, mas, segundo Marina, no início também foi doado café da manhã. O que chamou à atenção dela foi o fato de ter quem relatasse que a marmita distribuída era a única refeição do dia. "Tem gente que até guarda para comer no outro dia, é uma realidade muito triste".
Marina Conceição contou que o projeto deverá durar até o final da pandemia e que tem recebido apoio via redes sociais. Como ela também trabalha com festas, divulga a ação no perfil do Instagram e move pessoas a ajudar. Até o momento não houve um dia sequer que não tenha havido a distribuição do almoço a quem precisa.
Segundo ela, às vezes faltam ingredientes para cozinhar, mas sempre aparece alguém que se solidariza. "Eu pretendo fazer isso até o final da pandemia, quem tem fome tem pressa e tem todo dia, nós vamos continuar. Estou pensando em pedir às pessoas, doação de um real também, quem puder, já que gastamos muito com gás, temos três fogões, e com os temperos, precisamos de ajuda diariamente", explicou.
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