Manifestantes realizaram uma carreata pelas ruas de Vitória neste domingo (22) contra as medidas de suspensão das aulas presenciais em escolas da Capital e outras quatro cidades, anunciadas pelo governador Renato Casagrande (PSB) na sexta-feira (20) durante a transmissão sobre o novo mapa de risco da Covid-19. O ato foi organizado pelas redes sociais em grupo formado por cerca de 500 pais.
Pais e proprietários de escolas particulares reclamam que o bloqueio de atividades restringiu o setor educacional - que, segundo eles, respeita os protocolos de segurança determinados pelo governo -, mas que não foi atrelado a outros setores comercias.
Nós estamos a favor das aulas presenciais por justamente acreditarmos que, seguindo um protocolo, as escolas também são ambientes seguros, relata a psicóloga Enislayne Simon, mãe de uma aluna de 4 anos.
Marineis Covre, 57 anos, relata que pais de alunos se organizam desde o início da pandemia em grupos nas redes sociais para o melhor cumprimento das medidas de proteção e volta dos alunos às aulas presenciais. As escolas ficaram fechadas por mais de sete meses. Agora que voltou, vemos a alegria no rosto das crianças, mas já querem fechar novamente. Enquanto isso, bares e restaurantes permanecem abertos, não consigo entender, comenta.
As escolas retornaram suas atividades em outubro após decreto do governo de medidas de proteção e segurança sanitária a serem tomadas pelas instituições, como distanciamento, uso de álcool gel e suspensão de atividades de educação física. No período, apenas duas cidades do interior estavam em estado moderado no mapa de risco da Covid-19. Desde que foi autorizada a retomada, a norma previa que só poderiam ter atividades presenciais as escolas situadas em municípios de risco baixo.
A carreata começou às 9h da manhã, com concentração na Praça do Papa. Por volta das 11h30, chegaram na Praça dos Namorados, em dispersão. A organização do evento relatou que aproximadamente 100 carros participaram do ato. A Guarda Civil não confirmou a quantidade de participantes.
O governo do Estado foi procurado, mas ainda não se manifestou sobre o protesto. Contudo, ao comentar sobre as medidas qualificadoras do novo mapa de risco, a secretária estadual de Gestão e Recursos Humanos, Lenise Loureiro, antecipa que, na próxima terça-feira (24), haverá uma reunião com representantes de escolas particulares e de professores para discutir a possibilidade de retomada da atividade presencial nas instituições situadas em municípios de risco moderado.
* Israel Zuqui é aluno do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionado pela editora Darshany Loyola.
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