A greve de ônibus em Guarapari se arrasta para o terceiro dia consecutivo, tendo sido iniciada na segunda-feira (07). Na Justiça do Trabalho, após decisão publicada nessa terça-feira (8) — a qual aumentou em 20% o valor da multa diária caso o Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sitrovig) mantivesse a maior frota parada — foi dado prazo de 48 horas para que o sindicato patronal (Setpes) e a empresa Viação Expresso Lorenzutti se manifestem no processo.
De acordo com Bianca Lorenzutti, assessora jurídica da empresa de transporte, nesta quarta-feira (09) uma parte da frota de ônibus voltou a operar. "No entanto, não foi cumprida a liminar na íntegra, mas rodaram alguns carros, correspondentes a aproximadamente 40% do total", disse.
Sobre o assunto, o advogado do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Setpes), Marcos Alexandre Alves Dias, acrescentou que já está preparando a defesa que será apresentada no processo de Dissídio Coletivo de Greve.
"Já estamos nos manifestando nos autos. A desembargadora determinou que em 48h nos manifestássemos sobre a peça do sindicato laboral e sobre o pedido de reconvenção, que é como uma nova ação. Estamos nos manifestando e lamentando profundamente por eles terem descumprido a decisão judicial pela segunda vez. Pediremos o julgamento do dissídio", afirmou Dias.
Segundo o Tribunal Regional do Trabalho no Espírito Santo, no momento ainda é válida a decisão publicada nesta terça-feira (08) pela desembargadora Wanda Lúcia Costa Leite Franca Decuzzi, sendo este atualmente o último andamento processual.
Procurado o Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sitrovig), as ligações não foram atendidas e as mensagens não tiveram retorno. A publicação será atualizada quando houver resposta.
A relatora Wanda Lucia Costa Leite Franca Decuzzi destacou, ainda, que as partes têm 48 horas para réplica e defesa. Assim como continua designada uma audiência de conciliação entre o Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sitrovig) e a empresa Expresso Lorenzutti, para o próximo dia 18 de junho.
Atualmente, a cidade de Guarapari está no terceiro dia consecutivo de greve, realizada por funcionários da empresa Expresso Lorenzutti, que estão com parte do salário e de alguns benefícios atrasados desde o início de abril. As paralisações já têm acontecido, pelo menos, desde o começo do mês passado.
Em audiência realizada na última quarta-feira (2), o sindicato garantiu que encerraria o movimento no dia seguinte – o que não aconteceu. "Em atuação desleal, o Sintrovig participa desse novo movimento, descumprindo o que fora determinado", escreveu a relatora Wanda Lucia Costa Leite Franca Decuzzi.
No recente texto, a desembargadora relembrou determinações contidas em outra decisão, tomada por ela em 11 de maio, quando ficou estabelecido que, pelo menos, 80% dos coletivos deveriam circular em Guarapari nos horários de pico. Quantidade que poderia cair para 70% nos demais períodos do dia.
Além disso, ela determinou que sindicato dos trabalhadores não poderia "promover atos que impliquem barreira física como bloqueio de acesso às sedes e garagens, que acarretem fechamento de vias públicas, coagir ou impedir fisicamente trabalhadores que não queiram aderir ao movimento e promover atos de vandalismo".
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