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'Guardião' da praia de Itaoca, cãozinho Beira-mar morre em Itapemirim

'Guardião' da praia de Itaoca, cãozinho Beira-mar morre em Itapemirim

Lembrando a história do filme "Sempre ao Seu Lado", pescadores locais contam que o cão morava nas areias após o tutor ter morrido afogado. Animal era o mascote do balneário e muito querido na região

Publicado em 11 de janeiro de 2023 às 14:40

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O Beira-mar não tinha raça definida (
O Beira-mar não tinha raça definida ("vira-lata") e tinha idade estimada em 15 anos. (Leitor A Gazeta | Montagem A Gazeta)

Figura sempre presente e alegre nas areias da Praia de Itaoca, em Itapemirim, o cãozinho Beira-mar morreu na última segunda-feira (9), em decorrência de um câncer em uma pata e no estômago. Muito querido por moradores e turistas, até o prefeito local divulgou uma nota sobre a perda do mascote do balneário.

Com idade estimada em 15 anos e sem raça-definida, o cachorro já fazia parte da história da região. "Os pescadores mais antigos contam que ele já teve um dono, que teria morrido afogado. Ele ficou esperando o tutor na beira do mar e, por isso, recebeu tal nome", conta a professora Angélica Estevão.

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Uma vendedora de coco falou que, antigamente, o Beira-mar nadava até o fundo do mar e era preciso chamá-lo para voltar. Parecia que ele queria buscar o dono

Angélica Estevão
Professora
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Várias foram as iniciativas de dar um lar definitivo ao animal, mas só na areia é que ele se sentia em casa. "Foram feitas diversas tentativas de adoção, mas toda vez ele fugia e voltava para a praia. Teve um turista que chegou a levá-lo para Mimoso do Sul, mas viu como ele ficou triste e o devolveu", lembra.

No final, a comunidade local o adotou. "Ele ficava solto e nunca mordeu ninguém, era muito dócil. Entrava na água e fazia a alegria das crianças. Ele era o anfitrião da Praia de Itaoca. O verão era a estação que ele mais gostava, e morreu justamente nela. Está todo mundo muito abalado", diz Angélica.

O diagnóstico de câncer

O capítulo que culminou na morte do Beira-mar teve início no ano passado, quando um nódulo surgiu na patinha esquerda dele. "Achávamos que era um machucado, mas foi crescendo. Quando vimos que ele já quase não conseguia andar, pedi para resgatá-lo", lembra Rosana Brum, presidente da ONG Patrulha Animal.

No dia 21 de novembro, um exame apontou que se tratava de um câncer, que já consumia quase metade do osso. "Havia a possibilidade de amputar a pata, mas o pessoal achou que não seria viável por causa da idade dele. Depois, em janeiro, o nódulo estourou e houve muito sangramento", continua.

O Beira-mar não tinha raça definida (
O Beira-mar não tinha raça definida ("vira-lata") e tinha idade estimada em 15 anos. (Leitor A Gazeta | Montagem A Gazeta)

Desde o começo do ano, o cãozinho estava sob cuidados na ONG. "Diante do agravamento, marcamos a amputação para a próxima semana, mas ele só foi piorando, vomitando sangue. Na última segunda-feira (9), o Beira-mar parou de comer e beber. Ele faleceu durante a noite", lamenta Rosana.

Praia em luto

Com a morte anunciada por meio de postagens nas redes sociais, não faltaram mensagens ressaltando como Beira-mar era querido em Itaoca. "A praia não será mais a mesma sem esse anfitrião tão simpático. Com certeza estará mais vazia", escreveu uma internauta em uma publicação.

Outra pessoa comentou que ele "fazia a alegria na Praia de Itaoca" e que era um "cachorro de espírito livre e serelepe". Alguns disseram que, agora, entendiam porque não o avistaram nos últimos dias. O carinho era tamanho que um internauta opinou: "Esse merecia uma estátua nas pedras".

A perda também foi sentida e lembrada por Antônio Rocha (PP), atual prefeito de Itapemirim. Em uma publicação nas redes sociais, ele afirmou: "Com você (Beira-mar), muitos puderam aprender que a alegria tem quatro patas, lambidas e latidos. Se foi o nosso guardião. Obrigada pelos 15 anos conosco".

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