Em depoimento prestado na manhã desta quarta-feira (25), no terceiro dia do julgamento do assassinato de Milena Gottardi, o delegado Janderson Lube, responsável pelas investigações, contou que Hilário Frasson, marido da médica, pesquisou pornografia no dia em que foi preso por suspeita de ser o mandante do homicídio.
Segundo o chefe do inquérito, Hilário, dois dias após a morte da esposa, consumiu também alguns conteúdos adultos. "A esposa tinha morrido 48 horas antes. Chama a atenção da pesquisa pelos conteúdos, sempre com a palavra 'esposa' e 'loirinha'", relatou Janderson Lube. O réu também fez contato com garota de programa cerca de uma semana após o assassinato, de acordo com relato do delegado.
Hilário, que era policial civil, foi preso em 21 de setembro de 2017 enquanto trabalhava no 15º Distrito, em Cariacica Sede, sete dias após o crime que tirou a vida da Milena. Ela foi baleada no dia 14 de setembro quando saia do trabalho e morreu um dia depois.
O delegado ainda afirmou que durante as investigações foram encontrados documentos que mostravam a situação difícil em relação ao divórcio entre Milena e Hilário, em que ele não aceitava a separação.
"Como você ama uma pessoa e acessa conteúdo pornográfico", disse o delegado sendo questionado pela defesa de Hilário de que o comentário é um julgamento pessoal e não parte das provas da investigação.
O chefe do inquérito ainda disse que seis dias após a morte da Milena, Hilário fez contato com garota de programa, seguindo a mesma linha do depoimento do dia anterior do investigador que atuou no caso.
O delegado ainda disse que um dos dias que Hilário consumiu pornografia foi quando houve a liberação do corpo de Milena aos familiares para o enterro.
Outra informação que o Lube disse no depoimento é que Hilário se dispôs a fazer escala na Divisão de Homicídios, conhecida popularmente como DHPP. "Estranho a questão dele querer estar nas equipes, em todos os locais de crime, para entender a dinâmica da investigação", afirmou.
A médica Milena Gottardi, 38 anos, foi baleada, quando encerrava um plantão no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória. Ela havia parado no estacionamento para conversar com uma amiga, quando foi atingida na cabeça. Socorrida em estado gravíssimo, a médica teve a morte cerebral confirmada às 16h50 do dia seguinte.
As investigações da Polícia Civil descartaram, já nos primeiros dias, o que aparentava ser um assalto seguido de morte da médica (latrocínio). Naquele momento as suspeitas já eram de um homicídio, com participação de familiares.
Ao liberar o corpo de Milena no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, Hilário teve a arma e o celular apreendidos pela polícia. Ele não foi ao velório e enterro, que aconteceram em Fundão, onde Milena nasceu.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta