Um grupo em um aplicativo de mensagens foi criado pelo ex-policial civil Hilário Frasson, acusado de ser o mandante do assassinato de Milena Gottardi, com quem havia sido casado por 13 anos. O objetivo era reconquistar a médica, que já havia pedido o divórcio.
O ex-policial deu ao grupo o nome de “Em nome do amor” e adicionou vários amigos dele e de Milena, além de alguns familiares e colegas de faculdade da médica. A informação foi dada pela jornalista Shintia Gottardi, prima da vítima, em depoimento nesta terça-feira (24), segundo dia do julgamento do caso. Acompanhe o tempo real do júri aqui.
“No grupo ele pediu para os participantes o ajudarem a reconquistar a Milena. Informava que já tinha enviado flores para Milena. Ele também mandava mensagens dizendo que queria a esposa de volta”, contou Shintia.
A prima relatou ainda que muitos amigos saíram do grupo e outros falavam para Hilário esquecer Milena e aceitar a separação.
Shintia também relatou que Hilário fez uma mudança em seu nome, acrescentando Fiorot. Assim, ele passou a assinar Hilário Antonio Fiorot Frasson.
“Todo mundo achou estranho”, contou Shintia, relatando que Milena já teve um namorado, antes de Hilário, cujo sobrenome era Fiorot.
A prima contou ainda que, após o enterro de Milena Gottardi, ela, os pais, Douglas Gottardi, a mãe Zilca, e as filhas de Milena fugiram para uma cidade no interior com medo de Hilário tentar pegar as crianças.
“Tivemos que fugir para outra cidade, ficamos escondidos. Depois fomos para outra cidade, um local ainda mais longe, com medo de Hilário pegar as crianças", relata.
Outro relata é sobre a forma como Hilário tratava Milena que, segundo Shintia, era com desprezo.
“Hilário menosprezava Milena. Numa ocasião, logo após ela dar a luz, dentro do elevador, presenciei Hilário dizendo que Milena estava com olheiras e mal arrumada”, disse.
Em outra conversa, Hilário contou como era possível bater em uma pessoa sem deixar marcas.
“Em tom de brincadeira e quando bebia, ele relatava que para bater em alguém sem deixar marcas bastava molhar uma toalha, enrolar e bater”, contou Shintia.
A médica Milena Gottardi, 38 anos, foi baleada no dia 14 de setembro de 2017, quando encerrava um plantão no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória. Ela havia parado no estacionamento para conversar com uma amiga, quando foi atingida na cabeça.
Socorrida em estado gravíssimo, a médica teve a morte cerebral confirmada às 16h50 de 15 de setembro.
As investigações da Polícia Civil descartaram, já nos primeiros dias, o que aparentava ser um assalto seguido de morte da médica (latrocínio). Naquele momento as suspeitas já eram de um homicídio, com participação de familiares.
Ao liberar o corpo de Milena no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, Hilário teve a arma e o celular apreendidos pela polícia. Ele não foi ao velório e enterro, que aconteceram em Fundão, onde Milena nasceu.
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