O pescador Maciel Fernandes dos Santos, de 41 anos, que foi dado como morto pela família após um assassinato em Piúma, no Litoral Sul do Espírito Santo, está pescando em alto-mar. A família do pescador reconheceu erroneamente o corpo de outro morador da cidade.
O engano foi descoberto quando a família recebeu o corpo para ser velado, na noite da última terça-feira (10). Ao abrir o caixão, familiares ficaram surpresos ao ver que o defunto não era o parente deles. O dono da funerária contratada disse que, após entregar o cadáver à família, recebeu a informação por telefone de que o entregue tinha características de um morador que estava sumido. Tratava-se do catador de materiais recicláveis Claudemir Moreira, de 36 anos.
Segundo parentes do pescador Maciel Fernandes dos Santos, ele saiu para pescar em alto-mar e ficou incomunicável. De acordo com a sobrinha do pescador, Luanna Sant'anna, a confusão começou quando houve um assassinato no bairro Céu Azul, na tarde da última segunda-feira (9).
"Chegaram lá em casa e falaram: 'olha, seu tio está morto. Foi aquele desespero, a minha mãe e o meu irmão foram lá, mas os policiais não deixaram entrar. Eles viram só a cabeça da vítima, que estava toda cheia de sangue. O cabelo era idêntico ao do meu tio, e a cor da pele (negra) também", disse a sobrinha.
Em seguida, de acordo com Luanna, os familiares começaram com os trâmites para a liberação do corpo. Ela também disse que um amigo do pescador entrou no velório e avisou que Maciel estava pescando e que o havia visto no dia anterior.
Após contato com a colônia de pescadores, a família conseguiu contato com o pescador em alto-mar. "Quando conseguimos falar com o meu tio, ele disse assim 'Gente, eu estou vivo! Eu estou aqui trabalhando, entendeu? Não estou morto, não'", revelou a sobrinha.
O corpo de Claudemir Moreira, que voltou a Serviço Médico Legal (SML) após a confusão na última terça-feira (10), foi liberado nessa quinta-feira (12) e sepultado no Cemitério de Piúma. O suspeito de ter cometido o assassinato já foi preso.
De acordo com a Polícia Civil, inicialmente, o corpo havia sido liberado para um familiar da vítima que reconheceu o corpo como sendo do irmão e que o cadáver "permitia claro reconhecimento visual".
Com a nova identificação, a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) abriu uma apuração interna para levantar informações sobre o fato.
"Após o retorno do corpo ao SML, foi realizada a coleta das impressões digitais para fazer o exame de confronto papiloscópico com objetivo de identificar a vítima e liberá-la aos devidos familiares", afirmou a corporação.
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