O Espírito Santo tem hoje 1.085 leitos disponíveis para atendimento a pacientes com Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é que, ao longo do mês de junho, outras 300 vagas sejam abertas, somando a oferta em hospitais públicos, particulares e filantrópicos, num total de quase 1,4 mil unidades.
A projeção foi apresentada pelo secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva na tarde desta sexta-feira (29), durante a qual também mencionou que o governo tem feito grande investimento na expansão dos leitos para tentar acompanhar a curva de crescimento da doença. No início de maio, segundo ele, eram 550 leitos e em menos de 30 dias a quantidade praticamente dobrou.
Apesar dos recursos empregados para ampliar o atendimento e garantir a assistência às pessoas que desenvolvem o quadro mais grave da Covid-19, Nésio Fernandes destaca que, sem o distanciamento social, a taxa de transmissão do coronavírus não vai cair e a demanda por leitos continuará crescente a ponto de sobrecarregar o sistema de saúde e, mais do que isso, provocando ainda mais mortes.
"Não basta só expandir leitos para que as pessoas morram no hospital. Perseguimos o objetivo de que menos pessoas morram e, para isso, é preciso uma mobilização positiva de adotar medidas individuais de distanciamento, e que todo mundo seja fiscalizador. Essa é uma tarefa de todos e a batalha só pode ser vencida se a sociedade se mobilizar", frisa o secretário.
Parte da nova oferta de leitos será em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), cuja abertura de vagas depende da instalação de respiradores. O Estado comprou 250 unidades da Itália, das quais 60 já chegaram. Outras 100 estão programadas para a primeira quinzena de junho e mais 100, em julho. Ao todo, o governo já adquiriu 580 equipamentos, incluindo uma versão menos complexa, que é instalada em transportes para serviço de remoção.
O Estado também avalia a melhor estratégia para ampliar o número de leitos na Região Noroeste, onde a demanda é crescente e a oferta de vagas, baixa. Um hospital de campanha chegou a ser cogitado para o município de Colatina, porém não há definição se será neste modelo que a expansão será feita.
Nésio Fernandes observa que os hospitais de campanha são estruturas temporárias para atendimentos de baixa e média complexidade, ou seja, são leitos de enfermaria. Para esse tipo de assistência, segundo o secretário, não há problemas de oferta. A taxa de ocupação está em 58,82%.
"Leitos de enfermaria podem ser facilmente adaptados de outras estruturas, não são um problema para enfrentamento. Nosso maior dilema é por leitos de terapia intensiva. Os hospitais de campanha não organizam leitos de UTI com o padrão necessário. O hospital de campanha acaba sendo solução para um problema que não temos, e que não soluciona o nosso real problema. O desafio é expandir leitos de UTI," argumenta.
Ainda assim, o hospital de campanha não está totalmente descartado pelo secretário, uma vez que a Região Noroeste precisará ampliar a oferta de leitos. Mas Nésio Fernandes aponta que há outras opções. "Temos a necessidade de expandir leitos de enfermaria, que poderão ser na rede própria, filantrópica, privada ou por hospital de campanha", finaliza.
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