Uma pesquisa internacional sobre o uso de medicamentos para proteger os órgãos das sequelas deixadas pelo novo coronavírus em pessoas infectadas vai contar coma participação do Hospital Jayme dos Santos, na Serra. Os remédios começarão a ser testados na próxima semana.
Levantamentos do National Institutes of Health (NIH) - instituição internacional que pesquisa doenças - apontaram que vários pacientes graves de Covid-19 tiveram alterações drásticas da taxa de glicemia. Isso aumenta a probabilidade de diabetes e danos em órgãos como o coração, rins, pâncreas e pode provocar até Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Jayme dos Santos, Vinícius Nunes, disse que os medicamentos serão usados nos pacientes para baixar a taxa de glicemia no sangue. Os nomes dos fármacos não são divulgados por cláusulas de confidencialidade que envolvem a pesquisa.
"Percebemos que pacientes de 20 anos ou idosos, de qualquer jeito, tiveram a doença. Na primeira semana de infecção, a Covid-19 é caracterizada pelos sintomas gripais e a resposta do corpo à replicação do vírus. Depois, há uma luta do organismo contra a inflamação provocada pelo vírus, que causa o desbalanceamento de todo o equilíbrio de funções do corpo, entre elas o aumento da glicemia", explicou Nunes.
É exatamente para combater essa consequência provocada pela inflamação da Covid-19 que a pesquisa internacional visa testar medicamentos que já são utilizados no controle da diabetes.
"Ao apresentar diabetes devido à alta taxa de glicemia, o paciente com a doença vai sobrecarregar não apenas o pâncreas, mas também outros órgãos", detalhou o coordenador da pesquisa no Espírito Santo.
O medicamento tem a função de controlar a absorção de glicose, a expelindo pela urina e regulando as funções do organismo do doente. A meta é incluir 300 pacientes do Espírito Santo junto à pesquisa que conta com a participação de hospitais do mundo todo.
Poderão participar dos testes as pessoas que estiverem internadas com a confirmação de Covid-19 e que não estiverem em estado grave e que o paciente ou a família autorizem a inclusão na pesquisa.
"É um estudo clínico importante, pois significa um selo de qualidade para o nosso hospital. É a ciência em busca de curas e de respostas para essa doença, sem qualquer influência política ou externa. A pandemia permitiu que a ciência se aproximasse da população e mostrou que está ao lado dela", completou Nunes.
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