Por todo corpo do idoso de 74 anos, as marcas das picadas de abelhas ainda estão muito aparentes. Elas são fruto de quase meia hora de terror e sofrimento enfrentadas por Aylton Frigerio. Ele foi atacado em uma propriedade rural de Nova Venécia, Noroeste do Espírito Santo, na manhã de domingo (18).
O idoso contou que estava trabalhando com um cano. Quando mexeu no local, os insetos começaram a picá-lo. Aylton tentou correr, mas caiu e foi picado pelo enxame.
Foram quase 30 minutos tendo o corpo atacado por centenas de abelhas. O idoso relatou os momentos de terror e aflição. “Eu fiquei de bruços e tentei proteger o meu rosto. Eu rezava, gritava, sentia queimação o tempo todo", contou para a reportagem da TV Gazeta.
Quando os bombeiros chegaram ao local, o idoso ainda estava caído no chão, coberto pelos insetos. Paramentados com trajes de segurança, os militares retiraram as roupas do idoso e o levaram para longe das abelhas. Depois, usaram inseticida para dispersar as abelhas. Ele estava consciente e foi levado para o Hospital São Marcos, que fica no mesmo município.
Depois de atendido e medicado na unidade, o idoso foi liberado para voltar para casa. Com muitas marcas pelo corpo, ele ainda precisa se recuperar em casa. A vítima ainda reclama de dor ao se movimentar e aponta o pescoço e a orelha como os locais mais doloridos.
De acordo com o biólogo, professor e mestre em Gestão Ambiental Marco Bravo, o que ocorre não é um "ataque de abelhas", mas sim uma forma de elas defenderem seu território. "As abelhas não atacam ninguém do nada. O que aconteceu aí é que provavelmente elas tiveram seu território invadido. A abelha é um inseto social, territorialista e se defende quando sofre alguma invasão", explicou.
Ainda segundo o biólogo, o idoso não deve ter percebido que invadiu o território das abelhas: "Ele deve ter entrado no território da colmeia. Quando isso acontece, a abelha soldado vai defender a colmeia. Na picada ela solta um hormônio que chama outras abelhas, por isso a defesa feita pelo enxame", salientou. Segundo ele, é necessário ficar atento e procurar saber sobre a existência de colmeias nos locais, para evitar acidentes.
Marco explica que no ato de defender a colmeia e picar uma pessoa, a abelha acaba morrendo, dando a vida pela colmeia: "Quando ela pica alguém, ela morre. Nesse caso aí todas elas morreram. Elas dão a vida pela colmeia" frisou.
Na última quinta-feira (15) um jovem de 23 anos também foi picado por um enxame de abelhas. Para fugir das abelhas, o homem pulou em uma represa, mas não conseguiu nadar e morreu afogado. O caso ocorreu em Pinheiros, no Norte do Estado. O rapaz e outros dois colegas estavam ao lado da represa, onde havia uma bomba de irrigação, quando foram surpreendidos pelos insetos.
Em entrevista à reportagem de A Gazeta, o chefe da guarnição militar que atendeu a ocorrência, sargento Sérgio Ramlow, contou que os jovens começaram a ser atacados e, para fugir das abelhas, pularam na água:
"Eles tentaram nadar atravessando a represa em direção a uma casa do outro lado, mas o rapaz de 23 anos não conseguiu. A quase 10 metros da casa, esse rapaz começou a se afogar. Os outros dois tentaram segurá-lo e ajudá-lo a terminar o nado para sair, mas ele não conseguiu e se afogou. Chegando lá, em poucos minutos após o acionamento consegui encontrar o corpo do rapaz", explicou.
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