Com o avanço da aplicação da segunda dose contra o coronavírus nos idosos, filhos e netos começam a ficar aliviados com a proteção adquirida pelos pais e avós. Mas será que isso é suficiente para que as reuniões de família e visitas frequentes voltem a acontecer sem preocupações? Segundo especialistas, não. Pelo menos por enquanto.
Em entrevista à TV Gazeta, a médica infectologista Rúbia Miossi explicou que ainda não é o momento de filhos e netos voltarem a abraçar, beijar ou frequentar a casa dos pais e avós que tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Segundo ela, para que isso aconteça, todas as pessoas precisam ser vacinadas contra a doença.
“Eu não recomendo que isso aconteça. Lembrando que tanto a vacina da gripe quanto a da Covid, nenhuma das duas protege 100% contra a infecção. E existe uma margem de não proteção da vacina, principalmente com idoso. O fato do idoso não ter o sistema imunológico igual ao de uma pessoa jovem, pode fazer com que ele não responda à vacina. E a gente não tem como saber que esse idoso não vai responder, pode ser que ele pegue a doença e acabe tendo um desfecho ruim”, alertou.
Ela lembra que a pessoa ter tomado as duas doses da vacina não faz dela 100% imunizada. Isso porque existe uma porcentagem, ainda que pequena, de pessoas que a vacina pode não responder. Por isso, defende que não é o momento de arriscar e visitar os idosos, mesmo os que já tenham tomado as duas doses da vacina.
“Mesmo estando imunizado, o idoso pode ter a doença sim, e pode ter um desfecho ruim. Existe aquela porcentagem pequena que a vacina não vai responder e a gente não sabe quem vai ser. Então, neste momento, não é ainda o momento de visitar, ficar na casa, abraçar e beijar”, ressaltou.
Em casos de necessidade, como uma visita a avós que moram sozinhos e precisam de algum auxílio, a visita pode ser feita, mas desde que todos os protocolos sejam rigorosamente respeitados.
“Manter distanciamento de pelo menos 1,5 m, utilizar máscara corretamente cobrindo nariz e boca, usar as preparações de álcool em gel ou líquido para higienização de mãos, e é ideal que o idoso também esteja utilizando a máscara nesse encontro. O que não é recomendado é abraço, beijo, dormir no mesmo ambiente. Porque é complicado você ficar no mesmo quarto fechado com um idoso, sem utilizar máscara, sendo que teve contato com outras pessoas”, completou.
O também médico infectologista Paulo Peçanha ressaltou a circulação de variantes da Covid-19 no Espírito Santo como um dos fatores que ainda dão a segurança suficiente para se liberar a interação. Segundo ele, a vacinação em massa ainda é necessária para isso.
“Mesmo as pessoas estando com as duas doses da vacina, nós estamos convivendo com as variantes todas por aí. A circulação delas acaba colocando um desafio enorme, que a gente não sabe até que ponto as vacinas que estamos usando hoje vão proteger contra as variantes. Então, o mais seguro é que as pessoas mantenham o distanciamento. Não temos como liberar com toda essa incerteza. Precisamos avançar mais com a imunização para ter mais segurança, ter um percentual maior da população vacinada. Se tivermos 70% da população vacinada, nós vamos ter uma proteção coletiva maior, permitindo que as pessoas interajam mais. Nós não temos segurança para liberar as pessoas para interagir, mesmo elas estando vacinadas”, disse.
Sobre a possibilidade de contato com idosos vacinados com as duas doses, ele também acredita não ser seguro, e recomenda apenas o necessário e seguindo todos os cuidados.
“Os encontros podem ser realizados respeitando os protocolos para evitar a transmissão. Abraçar e beijar ainda não está seguro”, finalizou.
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