O Espírito Santo tem registrado, nos últimos dias, diversos casos de incêndios em vegetação. Segundo dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros, entre os meses de janeiro a julho deste ano, houve 1.864 incêndios desse tipo. No mesmo período do ano passado foram contabilizados 1.737 casos. Logo, pode-se dizer que 2022 teve um aumento de 10% em relação ao ano de 2021.
Este ano os incêndios florestais estão com proporções alarmantes. De acordo a apuração da TV Gazeta Sul, a destruição da flora, os elementos vegetais da natureza, é uma das mais agressivas consequências do fogo.
Segundo o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) da área de incêndios florestais Nilton Cesar Fiedler, muitas espécies de plantas que são perdidas. “Existem muitas espécies vegetais que quando passa o fogo elas morrem, não conseguem regenerar e se perpetuar novamente. Muita das vezes, há perdas relevantes de semente”, explicou.
Outro problema é quando as queimadas atingem regiões chamadas de topos de morro, visto que são consideradas um reservatório natural de águas quem vêm das chuvas. No entanto, com as queimadas, o solo fica liso, sendo assim, a água cai e corre diretamente para o leito do rio sem abastecer o lençol freático.
Além disso, outra grave consequência é a ida das cinzas para o leito dos rios, uma vez que pode afetar toda a biodiversidade. E, de acordo com o geógrafo André Rocha, provocar um desequilíbrio ambiental.
“Eu vou gerar uma ampliação da oferta de nutrientes, e quando eu tenho muito nutrientes eu vou gerar uma proliferação de organismos que utilizam esse nutriente para se alimentar. E se eu tenho o escoamento de partículas cinza, vai gerar uma proliferação, esses organismos vão sofrer um aumento considerável afetando toda a biota aquática, é o chamado desequilíbrio ambiental, desequilíbrio ecológico do ecossistema aquático”, esclareceu Rocha.
De acordo com os dados do Corpo de Bombeiros, ao longo de todo o ano de 2021 foram registradas 455 ocorrências. Neste ano, em 2022, somente nos sete primeiros meses já são 506 casos de incêndios em vegetação.
Para o Capitão Nardoto, do Corpo de Bombeiros, nós estamos em um período de incêndios em vegetação. “Porém, este ano, estamos tendo um aumento significativo da quantidade de ocorrências. Tanto que de março até o presente momento mais de mil ocorrências foram atendidas só na unidade de Cachoeiro”, revelou.
Diante dessa problemática, a família do biólogo João Marcos Purcino atua na região Sul do Estado promovendo educação ambiental. E no meio da cidade plantaram uma reserva com árvores nativas e frutíferas, no bairro Village da Luz, em Cachoeiro.
O biólogo disse que, inicialmente, o projeto tinha como intuito realizar caminhadas ecológicas, mas com o tempo, o objetivo mudou. “Nosso projeto nasceu em 2000 com a intenção de caminhadas ecológicas. Aí com o tempo nós fomos nos aperfeiçoando e vimos que tínhamos que dar um passo a mais, e passamos a reflorestar alguns espaços onde nós íamos. Vir aqui no verão, se estiver 45º, aqui estará 30º. Você se sente muito mais confortável”, contou.
Confira a seguir o número de incêndios em vegetação por regiões nos anos de 2022 e 2021.
Com informações do repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul.
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