O Espírito Santo pegou fogo – literalmente – em janeiro. Só neste primeiro mês, foram registrados 333 focos de incêndio em vegetação: mais que o triplo contabilizado no mesmo período do ano passado, quando tiveram 90 ocorrências. É um aumento de 270%. Os dados são do Corpo de Bombeiros.
O crescimento vertiginoso se deve basicamente a fatores climáticos. "Esse mês de janeiro foi atípico, com calor excessivo e escassez de chuva. Isso é decisivo para o agravamento de incêndios florestais, porque propicia a manutenção, o crescimento e a propagação do fogo", explica Capitão Pedroni.
As diferenças de temperatura e precipitação também servem para justificar outras variações registradas no índice. Apenas em 2019, cujo total de focos ficou bem acima dos dois anos anteriores, é que havia outro agravante. "Naquela época tivemos a situação da turfa, que deu uma agravada nesses números", esclarece Capitão Pedroni.
No entanto, o principal perigo à natureza e às áreas verdes capixabas segue sendo o homem. "Praticamente todos os incêndios florestais são criminosos, causados por pessoas. Nem sempre com o objetivo de causá-los, mas como consequência do comportamento não preventivo e errôneo", afirma.
Exemplos da postura imprudente são: queimar lixo, usar fogo para espantar insetos, queimar resto de plantio, soltar balão e jogar bituca de cigarro em vegetações. Todas essas ações podem caracterizar crime. "Todos os incêndios causados por pessoas são criminais, ainda que não haja a tenha a intenção, o dolo", garante Capitão Pedroni.
Porém, identificar os responsáveis ainda é uma das principais dificuldades que as autoridades enfrentam. "Os órgãos ambientais precisam acionar a perícia do Corpo de Bombeiros para identificar a origem. Para além disso, há vários artifícios que os criminosos utilizam para dificultar esse trabalho", lamenta.
A grave combinação entre o mês de janeiro seco e quente com esses comportamentos inadequados pode ser ilustrada por diversas reportagens feitas pelas equipes de A Gazeta. Somente entre os últimos dias 27 e 29, foram reportados quatro incêndios em vegetação, apenas na Grande Vitória.
Um deles aconteceu na área de mata do Aeroporto de Vitória, exatamente dez dias depois de outro registro de fogo na região. Ainda na Capital, ocorreu um incêndio no Morro da Gamela. O terceiro foi em árvores do bairro Araçás, em Vila Velha. Já o quarto causou transtornos a motoristas da Rodovia do Contorno, em Cariacica.
Caso aviste alguma área de vegetação pegando fogo, a orientação das autoridades é que o Corpo de Bombeiros seja acionado pelo 193. Se você flagrar alguém ateando fogo ou souber onde encontrar o responsável, a Polícia Militar (190) também deve ser procurada. Outras suspeitas devem ser registradas no Disque-Denúncia (181).
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