O secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, contou, em uma transmissão on-line na noite desta terça-feira (5), que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), admite a possibilidade de adiar a prova, que é porta de entrada das universidades no Brasil.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem afirmado com frequência que o exame não será adiado, mesmo com as escolas fechadas em todo o país por causa do novo coronavírus. No entanto, o secretário do Espírito Santo relatou que o Inep reconhece que pode ter que mudar a data.
"O que posso dizer é que nas reuniões em que participo com outros secretários e o presidente do Inep, ele, com mais clareza, coloca essa possibilidade de flexibilizar o Enem. Então, fiquem tranquilos no sentido de que existe uma possibilidade de a prova ser modificada em sua data de realização", respondeu Vitor de Angelo, ao ser questionado por uma estudante da rede pública capixaba.
O último encontro, por videoconferência, entre o presidente do Inep, Alexandre Ribeiro Pereira Lopes, e Vitor de Angelo ocorreu na segunda-feira (4), em uma reunião do órgão com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
O secretário, no entanto, pontuou que a data de aplicação do exame não pode ser adiada por muitos meses já que as universidades utilizam a prova como processo de seleção. "Então, a prova pode ser adiada, mas não por muito tempo. Talvez para dezembro, no máximo para janeiro", afirmou.
Vitor de Angelo criticou a postura do ministro Abraham Weintraub, de defender a manutenção da data do Enem a qualquer custo. Ele afirmou que as declarações do ministro não ajudam a acalmar os estudantes que estão apreensivos com a proximidade da prova.
"As declarações do ministro são sempre na linha de que vai ter a prova, ignorando uma pandemia. Que vai ter Enem, ninguém está falando o contrário. É claro que vai ter o Enem. Nossa questão é quando vai ser o Enem porque se a escola está fechada e nós temos prejuízos em termos de aprendizagem maiores na rede pública, como vamos falar agora que a prova será em novembro haja o que houver", comentou.
O Inep foi procurado pela reportagem para comentar a fala do secretário Vitor de Angelo, mas ainda não se pronunciou.
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