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Infarto: entenda como o problema atinge jovens e por que costuma ser fatal

Infarto: entenda como o problema atinge jovens e por que costuma ser fatal

Os casos envolvendo pessoas com menos de 40 anos são, na maioria das vezes, fulminantes, ou seja, não há tempo para prestar socorro

Publicado em 25 de maio de 2021 às 20:47

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Problema de coração; ataque cardíaco; coração; jovem
Problemas cardíacos podem não ser detectados entre jovens, caso não haja fator hereditário a ser investigado. (Way Home Studio/Freepik)
Aline Nunes
Repórter de Cotidiano / [email protected]

A morte súbita de jovens que não têm problemas de saúde conhecidos, como no caso da universitária Letícia Caliman Baptisti, de apenas 21 anos,  sempre despertam questionamentos sobre os motivos que levam essas pessoas a sofrer infarto. Um ataque cardíaco num público de faixa etária menor que 40 anos é, em geral, fulminante, ou seja, não há tempo hábil para prestar socorro e costuma ser fatal. 

O cardiologista Henrique Bonaldi diz que há três situações que podem colocar jovens no grupo de risco para infartos: uso de drogas, hereditariedade e doença preexistente não identificada. 

No fator entorpecentes, Bonaldi explica que, sobretudo o consumo dos derivados das inas - cocaína, heroína, meta-anfetamina - tem um forte impacto no organismo, como se o usuário tivesse tomado uma descarga de adrenalina e o corpo todo fica com os vasos dilatados. Batimentos cardíacos ficam muito elevados, a pressão arterial também. "Essa pessoa pode não aguentar, ter um AVC hemorrágico, infartar, ter uma insuficiência cardíaca súbita e aguda", descreve. 

O cardiologista ressalta que essa é uma causa evitável e, nem sempre, o usuário de drogas vai morrer por uma overdose. O uso contínuo lesiona os vasos sanguíneos gradativamente até o ponto em que a pessoa, num dia qualquer, sem nem mesmo ter consumido entorpecentes, tem um mal súbito e morre.   

HEREDITARIEDADE

Outra condição que pode levar à morte súbita é o fator hereditário. Se uma pessoa tem pais e avós que morreram na faixa dos 30, 40 anos, o risco de também apresentar problemas cardíacos é maior, afirma Bonaldi. Mas não é uma sentença de morte. Neste caso, o acompanhamento contínuo com um cardiologista e a realização de exames mais especializados permitem que esse indivíduo tenha uma vida longa, adotando as medidas necessárias para preservar a saúde do coração. 

Letícia Caliman Baptisti morreu em casa. Ela morava em Venda Nova do Imigrante e cursava arquitetura
Caso de jovem de 21 anos que morreu em Venda Nova chamou atenção. Infartos em jovens costumam ser fulminantes. (Redes Sociais)

Agora, no caso de jovens que não usam drogas nem têm a genética como causa para infartos, o ataque cardíaco é mais difícil de ser evitado porque não há como prever. 

Henrique Bonaldi observa que, em geral, essas pessoas nascem com uma malformação no coração que não é detectada porque, a princípio, não têm o perfil para a realização de exames cardiológicos.

"Imagine fazer uma ressonância em 100% dos jovens de 21 anos ou um cateterismo em todos eles. Isso não acontece porque, em termos epidemiológicos, não há indicação. Uma pessoa que é dependente químico, já é possível identificar numa anamnese (entrevista que o médico faz com o paciente). Uma que tenha o fator hereditário vai apresentar a sua condição. Mas um jovem que possui uma malformação, muitas vezes só se descobre quando infarta", compara. 

Questionado sobre a razão para o infarto entre jovens, geralmente, resultar em morte, Bonaldi esclarece que a doença cardíaca costuma ser, para esse público, muito mais grave do que aquela que acomete uma pessoa de 65 anos. Os mais velhos, diz ele, passaram os últimos anos como se estivessem preparando o coração para suportar a carga do problema e os jovens, não. "Além disso, acontece muito rápido e não há tempo hábil para prestar o socorro."

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