Iniciada no dia 12 de abril deste ano, a Campanha de Vacinação Contra Influenza, que protege contra a gripe, enfrenta um desafio em todo o território nacional: a baixa cobertura vacinal. Para incentivar a imunização, o Ministério da Saúde anunciou no último sábado (03), a ampliação da vacinação para toda a população brasileira acima de 6 meses de idade.
No Espírito Santo, esse problema também é evidente. De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo, o Estado apresenta cobertura vacinal de 44,6%, tendo recebido mais de 1,4 milhão de doses.
“É menos da metade da cobertura ideal em quase três meses de Campanha. Com o número de doses que já recebemos e distribuímos, poderíamos ter atingido cerca de 92% da cobertura. Acreditamos que a Campanha concomitante à da Covid-19 possa ter interferido pela busca da Influenza, entretanto, temos orientado todos os 78 municípios na melhoria de estratégias para chamar essas pessoas a se imunizarem e terem acesso à vacina”, disse a coordenadora.
A expectativa, ainda segundo Danielle Grillo, é que o Ministério da Saúde encaminhe mais doses ao longo dos próximos dias. “Está acordado o envio de remessa de vacinas contra a Influenza para completar 100% de doses referentes ao público prioritário. Os demais públicos poderão ser contemplados com doses da reserva técnica e com doses destinadas aos grupos prioritários que não compareceram”, frisou.
Segundo a pneumologista Cilea Martins, para entender a importância da vacina contra o vírus influenza, é preciso, de antemão, saber que gripe e resfriado são doenças diferentes, embora causadas por vírus.
“Alguns sintomas entre as duas doenças também são parecidos, como a presença de coriza nasal, a dor de garganta e o mal-estar. Mas as semelhanças param por aí. O resfriado tem a duração de seis a sete dias, controlado com medicamentos para dor e febre. Já a gripe pode desencadear complicações graves, como pneumonia, levando a pessoa a intenção e até a morte. É uma doença respiratória, mais comum no inverno, que acomete de forma mais grave principalmente as crianças e os idosos, mas todos devem tomar os devidos cuidados. É fundamental se imunizar para evitar a evolução da doença”, explica.
Apesar de serem doenças respiratórias, a vacina contra a Influenza, que causa a gripe, e a vacina contra o Sars-Cov-2, que causa a Covid-19, são independentes e não protegem uma doença da outra, o que torna fundamental que cada indivíduo receba os dois imunizantes.
“Uma pessoa pode ser contaminada por gripe e Covid-19 ao mesmo tempo, caso não tenha sido imunizada, desenvolvendo um quadro ainda mais grave das doenças. É importante manter a rotina de saúde para evitar complicações dessa doenças. Vacina contra a Covid-19 não protege contra a gripe e nem ao contrário”, explica o infectologista Lauro Ferreira Pinto.
Outro motivo para tomar a vacina contra o vírus da Influenza, principalmente em um contexto de pandemia provocada também por um vírus respiratória, é facilitar o diagnóstico, caso a pessoa apresente sintomas característicos.
“A pessoa que está imunizada contra a gripe pode ser contaminada com o coronavírus, e, por isso, o diagnóstico vai ser mais preciso, levando aos cuidados necessários. Quando nenhuma vacina está em dia, é preciso tratar a doença e, aos poucos, avaliar o comportamento do vírus no organismo para identificar de qual se trata”, explica Cilea.
Ainda segundo a pneumologista, os sintomas da gripe não devem ser subestimados, especialmente quando afetam crianças, idosos, gestantes e também pessoas que apresentam um quadro de saúde vulnerável, a exemplo de diabéticos, transplantados, quem tem doenças respiratórias crônicas e pessoas com doenças cardíacas e renais.
“A gripe pode evoluir para um quadro de síndrome respiratória aguda grave, em que o paciente apresenta sintomas gripais associados a uma forte dificuldade de respirar. Influenza também é um vírus letal e temos uma vantagem: temos vacina disponível para todos para combatê-lo”, reforça.
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